quarta-feira, 25 de março de 2009

HPV

O HPV é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST). A sua sigla significa Papiloma Vírus Humano, que é uma família de vírus com mais de 200 tipos e subtipos diferentes entre si. Eles podem ser classificados em dois grupos: Os de baixo risco de câncer e os de alto risco. Somente os que são considerados de alto risco, estão relacionados a tumores malignos. Vive na pele e nas mucosas genitais como vulva, vagina, colo do útero e pênis. Podem causar lesões visíveis, como verrugas, mais conhecidas como “crista de galo” ou ficar instalado no corpo sem se manisfestar.
Os vírus de alto risco, que oferecem uma probabilidade maior de provocar lesões persistentes e estão associados a lesões pré-cancerosas são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 entre outros outros. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não transmitir riscos de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção em tumores malignos.
Apesar de não haver cura, segundo o ginecologista Edson Lucena, tem como controlar e fazer com que ele “adormeça”, através de processos físicos ou químicos. O diagnóstico precoce impede que o paciente tenha complicações futuras. No entanto, a melhor forma de combater o HPV ainda é através da prevenção.

Em mulheres:
De acordo com os estudos sobre o assunto, há evidências de que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema de imunidade do próprio organismo, principalmente nas mais jovens. No entanto, é preciso ficar atenta, pois há os casos em que o organismo não tem força suficiente para combater o vírus sozinho.
Embora esteja comprovado que a infecção em consequência do HPV é muito comum (de acordo com os últimos inquéritos de prevalência realizados em alguns grupos da população brasileira, estima-se que cerca de 25% das mulheres estejam infectadas pelo vírus), somente uma pequena fração (entre 3% a 10%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco, desenvolverá câncer do colo do útero, se fizer o tratamento adequado. Há fatores que podem tornar maior a possibilidade de se desenvolver um câncer de colo de útero como: Um número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional), tabagismo, pacientes tratadas com imunosupressores (transplantadas), infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes e clamídia).

Em homens:
O HPV no homem é muito difícil de ser diagnosticado, apesar de não raro. Isto significa que o homem também pode ser um transmissor. O vírus pode se manisfestar como verrugas ou pode ser assintomático (não apresentar sintomas), ou seja, de forma microscópica. Lesões por HPV no homem, também são responsáveis pelo câncer de pênis, daí a importância de visitar o médico regularmente.

Formas de contágio:
A transmissão se dá por diversas maneiras:
- Por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, pênis, câncer de colo do útero, câncer de pênis e ânus. Apesar de nem todo HPV levar ao câncer, segundo o ginecologista Edson Lucena, está comprovado que a maioria das mulheres que desenvolvem tumores malignos no colo do útero foram antes infectadas pelo HPV. As infecções subclínicas (que são assintomática), são encontradas no colo do útero e pênis. O desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica ou subclínica em outras regiões do corpo é bastante raro.
- Através de objetos contaminados como a maçaneta da porta, vaso sanitário, toalha de banho, entre outros, por isso, é importante sempre lavar as mãos antes e após usar o banheiro. Mesmo um indivíduo que não saiba que tem a doença pode ser um transmissor.
- As pesquisas sobre o assunto demonstram que, quando um indivíduo está contaminado, há presença dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago, embora mais raro.
- Na maioria das vezes as infecções por HPV, podem não apresentar sintomas e pode entrar em ação após determinadas situações como na gravidez ou em uma fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada.

As formas de detectar a presença do vírus no organismo são:
- Em seus estágio iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em 90% dos casos, impedindo que o paciente tenha maiores complicações no futuro.
- O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Deve ser feito o acompanhamento sistemático.
- A melhor arma contra o HPV é a prevenção e fazer o diagnóstico o quanto antes.
- As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou em qualquer área da pele, podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele). Nas mulheres, o diagnóstico subclínico das lesões precursoras do câncer do colo do útero, produzidas pelos papilomavírus, é feito através do exame citopatológico (exame preventivo de papanicolau). Já os homens deverão procurar um urologista e fazer uma peniscopia (visualização do pênis através de lente de aumento), ou teste de biologia molecular (exame de material colhido do pênis para pesquisar a presença do DNA do HPV). O diagnóstico precisa ser confirmado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida, biopsia e o PCR.
- A ocorrência de HPV durante a gravidez não implica obrigatoriamente numa má formação do feto, nem impede o parto vaginal (parto normal). Será o médico quem indicará qual a melhor opção de parto após analisar o individual caso de cada paciente.
- A mulher pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum, no entanto, é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo. Daí a importância do exame preventivo (papanicolau) anual.

Prevenção:
- Manter cuidados higênicos;
- Nunca sentar em vasos sanitários de banheiros públicos;
- Ter parceiro fixo ou reduzir o número de parceiros;
- Visitar regularmente seu ginecologista / urologista para fazer todos os exames de prevenção. Para quem não tem convênio médico, o ideal é procurar os postos de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), que estão disponíveis em todos os estados do país. Os exames são gratuitos. Procure a Secretaria de Saúde do seu município para obter informações;
- Caso seja detectado a presença do vírus no seu organismo, torna-se necessário que o seu parceiro também procure um médico para verificar se ele(a) também está infectado com o vírus;

Vacina contra HPV:
Existe uma vacina contra o HPV para as mulheres. Foi criada com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Apesar dos resultados promissores nos estudos clínicos, ainda não há evidência suficiente da eficácia da vacina contra o câncer de colo do útero.
As vacinas desenvolvidas combatem apenas alguns tipos desse vírus. É certo, de acordo com especialistas, que o real impacto dessa vacina, só poderá ser observado após décadas. É importante deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame preventivo. Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema. Ainda há perguntas sem respostas relativas à vacina:
- Ela só previne contra as lesões pré-cancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo do útero?
- Qual o tempo de proteção conferido pela vacina?
- Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é facilmente debeladas pelo Sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV?
- Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo de útero?
- Se os tipos 16 e 18 forem efetivamente suprimidos, outros tipos podem emergir como potencialmente associados ao câncer de colo do útero?
Antes de a vacinação ser recomendada como política de atenção oncológica, todas estas perguntas precisam ser respondidas. Existe um comitê de acompanhamento da vacina, formado por representantes de diversas instituições ligadas à saúde e liderado pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), que avalia periodicamente se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país. Até o momento o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Coma a vacina age no organismo:
A vacina estimula a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo individuo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
Não há risco de infecção pela vacina. No desenvolvimento dela, consegue-se identificar a parte principal do DNA do HPV. Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), obteve-se apenas a “capa” do vírus, que mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos.
A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, visto que só começou a ser comercializada no mundo há cerca de dois anos. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.
A forma como as informações sobre o uso e eficácia da vacina, nem sempre tem chegado a população de forma adequada. É imprescindível esclarecer sob que condições a vacina pode se tornar um mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção que vêm sendo realizadas. Deve-se informar que, segundo as pesquisas, as principais beneficiadas serão as meninas antes da fase sexualmente ativa.
- A vacina é apenas para o sexo feminino. Fica restrita a mulheres entre 9 e 26 anos;
- São necessárias três doses, em intervalos de tempo diferentes. Toma-se a primeira dose, dois meses depois, a segunda e quatro meses depois a terceira e última dose;
- Embora o INCA ainda faça pesquisas sobre a total eficácia da vacina, em casos de prevenção ela foi considerada por muitos especialistas como confiável e satisfatória;
- São dois tipos de vacina, sendo que uma protege a paciente contra o câncer de colo do útero e verrugas, e custa R$ 520. E a outra protege apenas contra o câncer, e custa R$ 380. Os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e os tipos 6 e 11, estão sempre presentes em 90% dos casos de verrugas genitais;
- A vacina não tem efeitos colaterais, podendo causar apenas febre baixa e uma leve dor no braço, onde é aplicada. Grávidas não podem ser vacinadas;
- O SUS ainda não disponibiliza a vacina em seus postos;
- Para quem reside em Jundiaí e região, pode procurar o laboratório de vacinas, Clemed, o telefone de lá é 11 45213633;

Informações do Inca – Ministério da Saúde. Caso deseje tirar dúvidas: contato@inca.gov.br

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