terça-feira, 15 de dezembro de 2009

2012

Gentem, assistam ao filme 2012...
Tem alguns absurdos... Mas é um filme legal! Têm muitos efeitos especiais, uma história de amor meia boca! E fala um pouco de religião - de forma equivocada... Porém vale a pena ir ao cinema com aquela pessoa legal! Assistam! Contudo, vá mais cedo para conseguir comprar o seu ingresso, senão corre o risco de ficar sem ou se sentar em um lugar ruim...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma viagem muito doida...


O gerente chegou e nos informou que teríamos que ir até Ibiúna para fazer um treinamento. Como apenas eu tinha carro, então me propus a levar os outros quatro integrantes da equipe. Detalhe importante a ser comentado: ninguém conhecia Ibiúna ou São Paulo...

No dia anterior a viagem, pegamos um mapa com um colaborador da empresa que conhecia o local onde o treinamento seria realizado. Para a hora da volta, ele apenas nos orientou para tomar cuidado, pois a entrada para a Regis Bittencourt era discreta. Ele salientou que tinha que ter atenção redobrada para não perdê-la, senão íamos parar em São Paulo.... Já dá para sentir, né?!

Na hora da ida, tudo bem. Foram duas horas de viagem, sem nenhum problema. Fomos cantando e conversando. O treinamento foi em um Hotel Fazenda chamado Xico Carpa. Um local maravilhoso! Tiramos fotos e aproveitamos o dia, o almoço, o treinamento... E chegou a hora da volta... Foi aí que começou tuuuudooooo!

Estava uma chuva tremenda na hora de voltar. E quando chegamos à tal entrada para a Regis, eu até dei seta para entrar, mas o único rapaz da turma disse:

- Nãããããooooooo! Segue reto! – Então, toda insegura eu obedeci e segui reto... Fatídica decisão.... rs

Depois começamos a perceber que a entrada era realmente aquela. Começamos a torcer para encontrar um retorno... Que não havia! E cada vez mais, nós adentrávamos em São Paulo.

O tempo passa... E dirige, dirige, dirige e nada! As moças começaram a buscar soluções: e uma liga para o namorado, a outra para o marido, a outra para o noivo... – Eu só dirigia...

Dirigi na Marginal Pinheiros, Raposo Tavares, Marginal Tiête, Butantã, Morumbi... E nada de encontrar o caminho de volta. Paramos para pedir informação, mas todas as vezes, quando estávamos seguindo as orientações, chegava um momento que alguém desesperava e fazia com que nós tomássemos a direção errada.

Teve um momento que eu comecei a rir sem parar. Aí o moço – um dos mais desesperados – disse, com grande preocupação:

- Ai meu Deus, você está entrando em choque! – Eu ri mais ainda e garanti para o moço que eu não estava entrando em choque. No momento em que passamos pelo Butantã, a outra começa a gritar:

- Meu Deus, eu nem acredito! Eu nunca vim aqui no Butantã! Agora posso dizer que já passei pelo Butantã! Que legal! – Sem comentários... Aí paramos e pedimos informação mais uma vez. Quando estávamos no caminho certo – o moço tinha orientado que pegássemos à direita. No entanto, passou um caminhão por nós e entrou à esquerda, saindo da Raposo Tavares. Aí a outra doida gritou:

- Segue o caminhão! – Aí uma que era um pouco mais equilibrada gritou:

- Não, não... Não segue não. – Bom não ouvi a primeira doida e virei à direita. Mas a menina dizia com tanta convicção que questionei....

- Você tem certeza que deveríamos seguir o caminhão?

- Claro! Todo caminhão segue para a pista... – Sem comentários... Porém a moça começou a desesperar e dizer que estávamos na direção errada parecendo tão certa do que estava dizendo e gritou que eu deveria entrar a primeira a esquerda. Acabei obedecendo: infeliz ideia. Nessa hora encontramos um lugar maravilhoso com umas casas maravilhosas, uns carrões e dois figorões de terno. Paramos e peguntamos:

- Viu, nós gostaríamos de saber como fazemos para pegar a Anhanguera? Estamos indo para Jundiaí (imagina falar de Campo Limpo Paulista, quem saberia?) – Aí, vi na cara do moço que ele até se compadeceu da gente: à noite, naquela chuva, doidos e sem direção... aff, aff. Então, ele disse:

- Olha, o que vou dizer é errado, mas faz o retorno ali na frente (uns 100 metros, até o fim da rua), volta por essa rua (que é contramão), entra a primeira a direita (que também era contramão) e volta para a Avenida onde vocês estavam. Sobe o viaduto para a Cidade Universitária e daí vocês cairão na Anhanguera, aí então, vocês estarão em casa.– Nesse momento decidi que não seguiria mais a orientação de ninguém que estava naquele carro. Fizemos o que ele orientou e quando estávamos na Anhanguera, a minha amiga descontrolada gritou mais uma vez:

- Entra à esquerda, à esquerda! – Nessa hora perdi o controle:

- Não vou entrar! É por causa do desespero de vocês que estamos perdidos! – O rapaz que já estava para lá de desesperado, ficava me gritando:

- Pega a via da esquerda! – ou então – Pega a via da direita! – Aí eu comecei a estressar e disse:

- Agora vou seguir minha intuição, não vou ouvir mais ninguém! – Aí a descontrolada começou a dizer:

- É nessa hora que agente conhece as pessoas: fulano e fulana é nervoso, ela (que eu) não segue conselho (imagina se eu seguisse) e que o outro não sei o que mais... Nessa hora começou a aparecer umas placas indicando a Dutra (para quem não sabe, a Dutra dá acesso ao Rio de Janeiro, Curitiba... ou seja, a situação não estava boa). Quando eu olhava para o alto, via aqueles viadutos gigantescos, caminhões sem fim... Senti que começava a sentir medo.

Dentro do carro o povo – que já estava desesperado – danou a afirmar que realmente estávamos perdidos. Aí a nossa amiga descontrolada liga para o marido e começa a gritar com ele, porque ele tinha dito que havia um retorno por ali (que ainda bem que não tinha). Nessa hora os católicos estavam rezando o terço e os evangélicos clamavam o nome de Jesus.

Então, mais para a frente, avistamos uma placa enorme informando que realmente estávamos na Via Anhanguera. A comemoração foi geral, estávamos salvos e em casa... Aí o noivo da nossa amiga mais centrada e equilibrada começou a dar as coordenadas e percebemos que nos encontrávamos na direção certa. Logo as placas indicando Jundiaí começaram a aparecer... aff, que alívio! Uma parte da Anhanguera estava alagada. Tinha até um carro boiando. Contudo conseguimos passar de boa. Até que chegamos... Bom, fica o recado: se você for para um lugar que não conhece, ande com pessoas centradas, entre no google e imprima um mapa e tenha um GPS.

Tudo novo de novo...

O ano está se findando. Sabe o que isto significa? Na verdade, nada! No ano que vem você vai ter que comer, trabalhar, tomar banho, ir ao banheiro, se alegrar ou se decepcionar com as pessoas, tudo igualzinho... Mas isso é que é divertido, né?

Já dizia Carlos Drummond de Andrade:
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

E realmente pode ser diferente! Só depende de mim e de você!

Faça e aconteça... Sempre a respeitar!

A ordem é amar – amor fraterno (exceções são permitidas... rsrs) – é realizar, e ser feliz.

Neste Natal não pense só no lado comercial: pense em Jesus, nas pessoas que você ama, perdoe aqueles que te magoaram - e caso você ache que não pode, saiba que você somente está dando a chance desta pessoa te magoar de novo. Então perdoe-a e deixe que ela se vá...

Não se concentre no Papai Noel, pois ele não é o mais importante – se é que é importante... Pense nos valores, seja solidário...

E para o Ano Novo... Faça tudo novo! Mesmo que com as mesmas pessoas, reconstrua as pontes que estão deterioradas! Aprenda a fazer piadas dos momentos tristes e siga em frente... Alguém um dia já disse que se ainda não está tudo ótimo é porque ainda não acabou!

Feliz Natal e Feliz Ano Novo!

Céu...

O que é o céu para você?

Para mim é um lugar onde predominam o branco, o transparente e o etéreo...

Os mais materialistas imaginam um lugar cheio de pedras preciosas e ouro...

Há os que nem acreditam em céu... Não sei por que... É tão bom acreditar em céu!

Nesse momento o meu céu é fazer as coisas que são corretas para mim;

O meu céu é descobrir o meu espaço;

É respeitar o próximo e me fazer respeitar;

É cumprir com as minhas metas pessoais, profissionais e espirituais.

Porém chegará o dia em que eu encontrarei o céu de Jesus! Estará lá, me esperando, todos aqueles que eu amo e que já se foram! E assim vai... É importante acreditar em algo!

Bom, mas enquanto isso, vou comendo meus chocolates, sonhando, batalhando, caindo e levantando... Aff, aff, aff...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Gripe Suína

Ultimamente só se fala no vírus da gripe suína, mas o que é exatamente? É uma doença respiratória altamente contagiosa e aguda causada pela combinação entre os vírus que ocasiona a gripe humana, a aviária e, que misturada ao vírus suíno, causa a Influenza Tipo A.A., que é a doença que está assustando a todos com uma ameaça de epidemia. No entano, os porcos só a transmitem para os seres humanos quando estão vivos. Isso acontece através das secreções que os animais produzem e pelo ar, assim como acontece com a gripe humana. Ao ter a sua carne cozida o vírus desaparece e não contamina. Muitos países vacinam as populações de porcos rotineiramente contra a gripe suína.
Nos humanos os sintomas dessa gripe são: Coriza, febre, dores nas articulações. O período de contágio é de sete dias, sendo que, nos dois primeiros dias a doença ainda é assintomática. No Brasil ainda não houve nenhum caso comprovado. Ainda não existe nenhuma vacina contra o vírus em humanos e não foi comprovada a real eficácia de nenhum medicamento. O fato de ainda não haver uma vacina, é que o vírus da gripe muda muito rapidamente e a equivalência entre a vacina e os vírus em circulação é muito importante para oferecer imunidade protetora adequada às pessoas vacinadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) seleciona vírus para fabricar a vacina contra a gripe duas vezes ao ano, mas entre estes não está o que ocasiona a gripe suína. No entanto, a OMS está trabalhando em estreito contato com suas instituições parceiras para desenvolver novas recomendações sobre o uso da vacina contra a gripe sazonal humana na prevenção da infecção pela suína. No organismo o vírus, depois das duas primeiras semanas, transforma o quadro de gripe para uma grave pneumonia que pode levar o paciente a morte.
Não tem como provar que acontecerá uma pandemia de gripe suína no mundo, mas há possibilidade, caso o vírus venha a estabelecer um percurso de transmissão eficiente de humano a humano. O impacto desta pandemia é difícil de prever, pois depende da virulência do vírus, da imunidade existente entre as pessoas e de fatores de hospedagem.
Os hábitos que podem evitar o contágio são: Evitar contato próximo com pessoas que estejam doentes pelo vírus, com febre e tosse. Lavar as mãos com água e sabão frequentemente. Praticar hábitos saudáveis como dormir devidamente, comer alimentos nutritivos e se manter ativo fisicamente. Mantenha sempre o ambiente de sua casa limpo e arejado e, caso esteja próximo de alguém contaminado, cubra o nariz e a boca ao prestar assistência. As máscaras podem ser adquiridas comercialmente ou improvisadas com materiais facilmente disponíveis, desde que sejam jogadas fora ou lavadas devidamente. E tente manter a pessoa infectada em uma seção separada da casa; caso isso não seja possível, mantenha o paciente a pelo menos um metro de distância dos demais moradores.
Ao desconfiar que você está acometido da doença: Contate seu médico ou serviço de saúde antes de ir ao local e informe sobre os sintomas. Explique porque você imagina estar com a gripe suína (por exemplo, por ter regressado de uma viagem recentemente, onde há um surto humano de gripe suína). Siga as recomendações de tratamento que receber. Se não for possível contactar o serviço de saúde com antecedência, comunique sua suspeita assim que chegar ao local e mantenha o nariz e a boca cobertos durante o percurso até lá.
É importante estar atento, mas não deixe que o pânico tome conta de você!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quem poderá nos defender?

Dia desses, ao assistir o noticiário acompanhei uma reportagem sobre o assassinato de um preso, dentro do presídio que fica em Presidente Venceslau, interior de São Paulo. Nessa prisão de segurança máxima estão encarcerados os mais perigosos assassinos, traficantes e sequestradores do nosso estado. O local abriga criminosos como Wanderson de Paula Lima, o Andinho, sequestrador condenado a mais de 400 anos, os chefes de quadrilhas que agem dentro e fora dos presídios paulistas como Marcos Camacho, o Marcola, cuja pena passa dos 40 anos, e outros de iguais periculosidade.
Os agentes penitenciários afirmam que lá é um local muito perigoso. Ele exemplifica que se um preso estiver limpando o pátio, a vassoura usada por ele, pode ser quebrada e utilizada como um estilete para machucar algum adversário. Em um vídeo que foi gravado no dia 14 de abril do ano passado, pelas câmeras de segurança da prisão, o Ivonaldo Xavier Adelino, o Boi, dá a ordem para Marcos José da Silva, o Xandão, condenado por furto, para pegar uma corda feita de lençóis que estava pendurada na trave do gol (do local onde eles tomam o banho de sol) e ir matar Luiz Fernando dos Santos, o C4. De repente ouve-se gritos e o C4 é brutalmente assassinado pelos colegas. Segundo um agente, os prisioneiros têm a sua própria lei e quem não a cumpre paga com a própria vida.
“A reunião de lideranças num mesmo presídio acabou concentrando e fortalecendo esse grupo. Quando estavam separados e pulverizados em vários presídios, havia mais chances de se controlar essas lideranças”, afirma Fernando Salla, pesquisador do núcleo de estudos da violência da Universidade de São Paulo (USP).
Além do problema de ter juntado esses lideres, há um outro infinitamente maior: O despreparo da nossa força policial para lidar com os marginais. No caso de um presídio de segurança máxima, tudo deveria ser pensado e calculado. O banho de sol precisaria ter suas regras repensadas e ser amplamente vigiado, os detentos não poderiam ficar sem fazer nada o tempo inteiro, afinal alguém que fica ocioso todo o tempo, tem muito mais horas para confabular planos e criar confusões.
O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de São Paulo (Sindasp) faz um alerta: Um dos problemas da cadeia pode estar na falta de treinamento adequado para os funcionários.
“Não é simplesmente você pegar o funcionário, colocar lá e falar para ele: 'Vigia aqui, vigia ali, algema aquele para sair'. Falta material humano e faltam equipamentos”, aponta João Rinaldo Machado, presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de São Paulo).
As prisões deveriam ser um lugar para regenerar o bandido e não para deixá-lo pior, mas infelizmente é fácil perceber que as unidades prisionais do Brasil acabou se tornando uma universidade para graduar meliantes. O indivíduo entra lá como ladrão de galinhas e sai como assassino de primeiro grau.
Já diz o dito popular: “O trabalho dignifica o homem”. Os presos deveriam ter que trabalhar nas penitenciárias e, assim, aprender um ofício. Além de tirarem o próprio sustento, sem depender totalmente do estado, eles estariam se preparando para que quando ficassem livres tivessem mais chances de mudar de vida. Atualmente, é muito difícil um ex-preso conseguir um emprego e recomeçar a sua vida licitamente, pois as pessoas sentem medo e preconceito, o que faz com que a maioria neguem ajuda. Se houvesse algum projeto que ensinasse aos presos uma profissão para prepará-los para serem reintegrados na sociedade quando livres, talvez isso ajudasse a todos a confiar mais na mensagem implícita que um ex-presidiário exibe, que é: “A minha dívida com a sociedade já foi paga e mereço uma chance de recomeçar”.
Certa vez, li uma entrevista concedida pelo Marcola, em que ele dizia: “De dentro da prisão, posso matar vocês, no entanto, daí de fora, vocês não conseguem me atingir”. E é muito triste constatar que esse líder de tráfico está correto. Ele mesmo conseguiu comandar um grande ataque em regiões de São Paulo, através da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), causando grande terror entre a população. Esses dias, assistindo a um outro programa jornalístico, acompanhei uma outra matéria que dizia que o preso Davi Curti conseguiu organizar, de dentro da prisão, um baile funk, para financiar negócios escusos com o dinheiro arrecadado. Além da ajuda de outros bandidos, ele teve a da própria família. E esse detalhe evidencia um traço da realidade: Se a própria família está auxiliando o bandido, ou seja, os civis estão tomando o partido do lado que representa o “mau”, o lado criminoso, então isso quer dizer que a mensagem que está sendo passada nas entrelinhas pela sociedade é que é mais lucrativo apoiar o crime. E se isso está ocorrendo, tem algo de errado, algo precisa mudar. O saldo positivo dessa história é que os familiares envolvidos na organização do baile também foram presos. Essa foi uma resolução correta do juiz, mas inovadora, já que a maioria não age dessa forma.
Esses temas polêmicos é que nos fazem lembrar da palavra cidadania. Segurança é um item importante. E, em muitos casos, se existissem mais oportunidade de fazer cursos profissionalizantes (voltando a comentar sobre isso, pois se é importante dentro das prisões, fora é ainda mais importante, afinal dar estrutura e base para um cidadão construir um bom futuro, é construir uma nação melhor), e condições que proporcionem qualidade de vida e dignidade as pessoas, muitas não entrariam no mundo do crime.
É possível observar, através do livro “O Abusado” de Caco Barcelos, que conta a história de Marcio VP, famoso traficante do Rio de Janeiro, que as crianças que crescem nos morros, não tem respaldo. Crescem jogadas a própria sorte e suas mães, que também vivem em situação de miséria, por não ter futuro melhor para oferecer aos seus filhos, muitas vezes vão, elas pessoalmente, dizer aos traficantes que seus filhos estão a disposição deles para trabalhar no tráfico. É um circulo vicioso. O crime organizado mostra estar mais organizado que a força da dita justiça.Isso tudo mostra que a nossa sociedade está em decadência e pede socorro. Governo: Faça a sua parte e cuidem da nação! Povo: Faça a sua parte e seja a nação! Vamos refletir e buscar soluções para fazer tudo melhorar!

Imagem: Divulgação

domingo, 5 de abril de 2009

Exercendo a cidadania?

Ouve-se falar em cidadania constantemente. Mas, o que vem a ser cidadania? A sua definição mais acertada é: O pleno direito e dever de cada cidadão. Entretanto, é isto que acontece no Brasil? Será que cada indivíduo luta para ver seus direitos respeitados e, mais do que isso, cumpre os próprios deveres de cidadão? Esse texto tem a pretensão de convidar a todos a reflexão.
A constituição, instituída em 1988, foi o marco para a consciência definitiva de que sem cidadania não é possível construir uma nação. No entanto, o entusiasmo daquele instante fez nascer a expectativa de que após a elaboração destas novas leis e a posterior liberdade para escolher os governantes do país, tudo se transformaria rapidamente.
No entanto, mesmo não havendo mais ditaduras censurando pensamentos, crenças e ideologias, com o passar do tempo, algumas dificuldades foram ficando mais latentes na recente democracia. E assim, as desigualdades sociais, culturais e econômicas se tornaram fatores que clamam por solução.
E, em consequência do desgaste dos mecanismos utilizados pelo sistema democrático, por causa do comportamento de muitos políticos, da corrupção no congresso nacional e de algumas decisões equivocadas, que são tomadas pelas assembleias estaduais e municipais, criou-se uma desconfiança entre cidadãos e estado sobre a plena utilidade desse agente da democracia. O que toda essa situação evidencia, é que a liberdade e a participação não resolvem os problemas sociais existentes, quando mal utilizadas.
Talvez uma cidadania plena que combine liberdade e igualdade para todos seja uma utopia, mas é imprescindível que cada pessoa acredite neste ideal para que se torne possível atingir um melhor resultado, analisando e comparando ao que já foi alcançado. Deveria ser direito de todos, assegurado pelo estado, o acesso a saúde, a segurança, a educação decente (analfabetismo funcional chega a ser crime, pois a pessoa não sabe e pensa que sabe. E, dessa forma, o Brasil está formando uma geração de profissionais despreparados), entre outros.

Os direitos que a cidadania proporciona:
Cidadania é garantir que cada ser humano possa usufruir de forma eficiente dos direitos civis, políticos e sociais a que tem direito, sem os quais não há como um indivíduo se considerar como um cidadão pleno.
Direito civis: O direito a vida, a propriedade, a igualdade perante a lei, a liberdade de ir e vir, de expressão, de escolher o trabalho, de manifestar o pensamento e de ter a sua privacidade e segurança preservada. É a partir destes itens que as relações civilizadas entre as pessoas são mantidas.
Direitos políticos: É o direito do voto, com parlamento livre e representativo. Com candidatos que tenham caráter bom e uma vida pública de reputação ilibada e sem manchas. O constituinte precisa estar mais preparado e politizado para exercer o direito do voto. Buscar conhecer melhor as histórias de vida e profissional do seu candidato, para que a sua escolha seja a melhor para sua região e país. E os partidos, por sua vez, por representar a legitimidade de um sistema político, precisa agir com decoro e responsabilidade.
Direitos sociais: Deve garantir a participação da população na riqueza coletiva, educação, emprego com remuneração justa, boa moradia, transporte, saúde e aposentadoria. É pouco provável que bolsas famílias e outras medidas do gênero vá dar dignidade e cidadania às pessoas. O mais apropriado seria dar, a quem hoje recebe bolsas assistenciais com valores irrisórios e vive à margem da sociedade, o incentivo do governo. Como? Através de cursos profissionalizantes, apoio a criação de cooperativas, entre outras iniciativas. Diz o dito popular: “É mais sábio ensinar a pescar que dá o peixe. Quem aprende a pescar, não precisa voltar a pedir”.

Infelizmente, é nítido que, em muitos casos, esses direitos não saem do papel e dificultam ainda mais o pleno exercício da cidadania. A redução do poder do estado afeta a natureza dos antigos direitos, sobretudo dos direitos políticos e sociais.

A cidadania e o estado
Uma das faces da cidadania é o relacionamento do indivíduo com o estado e a oportunidade de se fazer ouvido e respeitado por ele. Quando essa relação é enfraquecida, começam a surgir problemas como: O aumento da violência, o analfabetismo funcional, entre outras conseqüências. As pessoas vão se interessando cada vez menos por política, se tornem mais superficiais e acabam se transformando em consumidores desenfreados.
Em decorrência de tudo isso, houve momentos na história do país, em que a necessidade de encontrar um messias político, fez com que se elegessem candidatos com traços heróicos e que, por isso, alguns nem conseguiram terminar seus mandatos, por não terem uma relação saudável com o parlamento constituído. É possível observar que apesar do menosprezo que muitos têm em relação aos políticos, há os que trocam votos, na esperança de conseguir benefícios pessoais.

Benesses da cidadania
Entretanto, apesar de todas as contradições e contrariedades, o exercício da cidadania mostra que apesar dos desvios e erros que foram e são cometidos, por ambos os lados (cidadãos e governo), não existe outro caminho a não ser o de participar ativamente nas discussões, debates e nos problemas nacionais.
É importante ter consciência de que só discutindo, divergindo e colocando as opiniões em cheque é que será possível chegar ao pleno direito da cidadania.
E você? Como é o seu comportamento individual diante da sociedade? É um bom cidadão? Aí vão algumas dicas de alguém que também está em constante aprendizado:
· Em muitos momentos cobra-se um comportamento irrepreensível dos políticos, mas como será que está o comportamento de cada um nas pequenas coisas? Não deixe que a corrupção aconteça no seu cotidiano. Exemplo de atitudes que devem ser evitadas: Tentar subornar o agente de trânsito para não pagar aquela multa que você merece, cortar filas, não devolver o troco que veio a mais, fazer intriga com o intuito de prejudicar a imagem de outro alguém, são formas de corrupção que muitas vezes se pratica, e é tão prejudicial quanto as mais visíveis;
· Ensine seus filhos a conservar os livros da escola que o estado concede gratuitamente aos estudantes. Com isso ele estará assegurando o direito de uma outra criança poder estudar no ano seguinte;
· Aconselhe seu filho a nunca atacar ninguém. A não bater, humilhar, ofender gratuitamente os colegas. Ensine seu filho a respeitar os mais velhos e a não confiar em estranhos;
· Não fale mal das outras pessoas. Certa vez, escutei alguém dizer: “Se ouvir um comentário negativo sobre um terceiro: Duvide! Mas se você escutar falar bem, então acredite”. Isso porque é muito mais fácil observar pessoas que difamam umas as outras do que aquelas que elogiam e ressalta o que o outro tem de positivo;
· Pirataria é crime!
· Jogue o lixo no lixo e não nas ruas. Não pense que você é apenas uma pessoa e que sua atitude não fará diferença, pois se cada um raciocinar desta maneira, o mundo se tornará um lixão! Se não houver uma lixeira por perto, guarde o lixo no bolso ou na bolsa até encontrar o lugar correto para joga-lo. Esse material que é jogado nas ruas, acaba entupindo bueiros e causando enchentes. Além de deixar a cidade feia e suja.
· Recicle tudo o que puder. O lixo não existe! (Na verdade, o que quero dizer é que o lixo se acumulando e ocupando espaços cada vez maiores. Isso vai gerando baixa qualidade de vida, poluição e feiúra. O correto seria reciclar 100%, se possível, de todo o produto que é usado, ou seja, de todo o lixo). Na cidade de Nova York, por exemplo, não cabe mais o lixo da população, então o governo ressarci os condados vizinhos, que são menores, para que aceitem o seu lixo. Mas até quando isso será possível?
· Na medida do possível, pague suas dívidas em dia. E para que seja possível, gaste menos do que você ganha! É um exercício possível. Aprender a ter autocontrole e equilíbrio faz toda a diferença;
· Na sua casa, não deixe as luzes acessas, em cômodos vazios;
· Desligue a torneira enquanto você estiver lavando as louças ou escovando os dentes; Prefira varrer a sua calçada, ao invés de lavá-la todos os dias;
· Não venda votos; Não compre voto;
· Professores, não compactuem com o analfabetismo funcional;
· Não monte perfis eletrônico com o intuito de prejudicar ou humilhar ninguém;Olhe para o próximo com amor e não com hostilidade;

Vivendo e aprendendo!

Estes dias vi um exemplo que me chamou a atenção, por isso acho que vale à pena partilhar. Costumo frequentar uma igreja que está sempre muito lotada. E, no dia em que ocorreu o fato que vou narrar, estava ainda mais cheia, pois era dia de evento.
Lá, não há cadeiras suficientes para atender a demanda de pessoas que frequenta o local. Então há muitos que para conseguir sentar, geralmente, levam seus próprios assentos. Nesse dia, (eu, que também tinha levado o meu próprio banquinho para sentar) me acomodei, ao lado de um rapaz que levou, além de um banco para ele sentar, um para a namorada que chegaria mais tarde por causa do trabalho. No entanto, como em todos os lugares têm todo o tipo de pessoas, veio uma jovem senhora e sentou-se no assento que o rapaz trouxe. Ele apenas olhou, mas não disse nada.
Eu, ao observar a situação, já me coloquei no lugar da moça e do rapaz e fiquei revoltada com a atitude da senhora. Pensei comigo: “Senhora folgada! Com certeza é do tipo de pessoa que gosta de levar vantagem em tudo!” E assim, o tempo passou, a missa começou e mais tarde a moça chegou. A senhora, quando percebeu que a dona do lugar chegou, se levantou... Mas daquele jeito: Sem se afastar do assento e com cara de desentendida. Foi aí que eu me surpreendi: A moça, sem pensar duas vezes, sentou-se no chão, aos pés do namorado, pegou o banco e falou para aquela senhora que ela podia sentar-se.
O mais natural seria a jovem reivindicar o lugar, e, no entanto, ela não o fez. Com essa atitude, ela conseguiu aproveitar a missa e a senhora também. Ela foi sábia e, ao invés de se estressar por uma besteira, escolheu ser gentil e, ainda, praticar uma boa ação! Ela compreendeu que, nesse caso, ao ceder, não seria lesada em nada. E eu aprendi uma lição com a atitude dela. Ela não precisou mencionar nenhuma palavra diretamente para mim para me ensinar algo positivo, apenas agir! Compre esta ideia! A ação que praticamos, seja boa ou má, sempre repercute em quem está a nossa volta.

segunda-feira, 30 de março de 2009

você sabia?

O que você diria se alguém lhe dissesse que o Drácula já existiu? Não acredita? Pois saiba que ele já existiu sim. Mas não era um vampiro como mostra o escritor Bram Stoker em seus livros ou os filmes de Hollywood. Ele foi um príncipe romeno, chamado Vlad III, muito cruel e por isso inspirou o livro e filme.
O príncipe e conde romeno nasceu em 1431. Chegou a governar a Valáquia (região vizinha à Transilvânia, na qual Vlad III morou por alguns anos). Ambas cidades ficam situadas na atual Romênia.
Por causa da história escrita por Stoker, a Transilvânia é conhecida como uma cidade ligada a monstros e criaturas sobrenaturais. Já tentaram implantar lá um grande parque de diversões do terror, mas muitos habitantes da região e a igreja não permitiram. De qualquer forma, em seu local de origem, Vlad III é reconhecido por sua real história e não pela que foi inventada por Hollywood. Na Romênia, ele é considerado um herói nacional, por ter lutado contra os turcos que tentaram dominar a região.
O pai de Vlad III, Vlad II, tinha o apelido de “Drache” e era membro da ordem do Dragão, um grupo de cavaleiros cristãos que lutavam contra o avanço do Império Turco Otomano pela Europa. A palavra “Drache”, ou Dragão, é uma palavra alemã e é similar a forma como é escrita em Romeno, que é “Drac”, e pode significar dragão ou diabo. Na língua romena, falada pelo príncipe, dracul significa dragão, e em razão disso, Vlad III recebeu o apelido de Draculae, que significa literalmente, “Filho do Dragão”. No entanto, dracul, em romeno, também significa demônio, assim também, houve quem afirmasse que o apelido queria dizer “Filho do Demônio”. Na verdade, o apelido é escabroso, seja um ou outro.

Para entender um pouco melhor a trajetória do príncipe:
Uma parte do Império Romano conhecido originalmente como Dacia, estava sob o controle da Hungria, isso por volta do século XI. Esse país nunca tinha sido independente, exceto por um pequeno período. Ficou alternadamente sob o controle da Hungria e do Império Otomano por bastante tempo, quando, então, os Turcos Otomano tomaram o controle da região.
A Valáquia, enquanto isso, era governada por Vlad II, pai do príncipe romeno que o entregou aos Turcos ainda criança, juntamente com outros jovens da sua idade, como moeda de troca para acalmar os colonizadores. Por cauda disso, Vlad III acabou ficando preso pelos adversários por, aproximadamente, 12 anos. Nesse período aprendeu táticas de guerra e treinamento militar. Durante este tempo, o pai e o irmão do príncipe romeno, foram assassinados pelo exercito, liderado por Jonh Hunyadi, da Hundria, inimigos dos Turcos e que também tinha interesse em conquistar a cidade do Drácula.
Hunyadi, assim que dizimou a família do príncipe romeno, colocou o próprio filho no lugar para governar a região, como vassalo do rei da Hungria. Entretanto, logo que tomou conhecimento sobre o que tinha ocorrido, os Turcos libertaram Vlad III. Este fugiu para à Transilvânia, montou um exercito e construiu um castelo. Com o passar do tempo conseguiu reaver o trono da Valáquia.
O governou do príncipe romeno, no século XV, foi, segundo os historiadores, pontuado de atos muito cruéis. Ele tratava seus inimigos com muito rigor e frieza. E não reservava este tratamento apenas aos adversários de guerra, mas a todos os que não concordavam com ele ou que atentasse contra os “bons costumes”. A punição preferida que aplicava aos condenados era o empalamento, método que consistia em atravessar a pessoa com uma estaca de madeira. Esta era enfiada no ânus da vítima até que o instrumento saísse na outra extremidade do corpo, como no peito ou na boca. Geralmente, as pessoas que eram empalamadas acabavam morrendo, pois não resistiam aos ferimentos. Era comum ele deixar as pessoas penduradas agonizando até que a morte acontecesse. Esta podia se dá em um dia ou mais. Com isso, acabou ficando conhecido, também, como Vlad Tepes, que em romeno significa: Vlad, o Empalador.
Além de empalamar, havia outros castigos tão cruéis quanto, com os quais costumava sentenciar aqueles a quem julgava como culpados, como: Esmagamento por cavalos, queimar as vítimas vivas ou cozinha-las, entre outros.
Essas histórias foram narradas pelos vencedores da guerra que, acredita-se, possam ter exagerado na crueldade de Vlad, afinal nem o personagem, e nem sua família foram pessoas bem quistas pelos seus inimigos. Muitos dizem que ele dizimava por prazer, enquanto outros historiadores afirmam que ele foi justo, e que, apesar de ter sido um homem cruel, sempre empregava as suas sentenças com justiça. Vlad Tepes acabou morrendo em uma batalha contra os turcos, em 1476. Foi decapitado e sua cabeça foi pendurada pelos seus inimigos para que ficasse evidente a todos que o torturador estava morto. E assim, com o tempo, surgiu o poderoso vampiro Conde Drácula. E agora, sempre que você ouvir falar dele, você saberá que esse personagem foi inspirado em um personagem histórico e real, que apesar de muito cruel, foi e ainda é considerado um herói nacional romeno. Alguém com uma história fascinante e sem os dentes afiados ou gosto por beber sangue!

Redução IPI

Finalmente o governo admitiu: a baixa do IPI (imposto sobre produtos industrializados) sobre veículos foi prorrogada por mais três meses. Essa medida se mostrou positiva e fez com que as vendas de veículos aumentassem. A novidade é que, agora o governo estendeu a baixa do IPI também para os materiais de construção. Foram mais de vinte itens que teve o IPI reduzido e alguns até zerado, como o cimento e os chuveiros, por exemplo. Em compensação o imposto sobre o cigarro aumentou 30%. Apesar de acreditar que os fumantes devem estar bem chateados com a situação, achei a resolução do governo muito boa, pois aliviou a carga tributária em uma área importante e que vai ajudar tanto na contratação de mais mão-de-obra, quanto vai incentivar, a que, pessoas mais simples possam fazer suas reformas e até construções. As motocicletas também tiveram redução de impostos. Acredito que essa medida, além de incentiver as vendas, vai deixar os aventureiros felizes. E quantos aos cigarros... Bem, é a chance de parar com o vício que devora por dentro, ou então se preparar para gastar um “tiquito” mais... São as escolhas que a vida impõe!

sábado, 28 de março de 2009

Recomeço


Enfim... Sinto-me livre!
Como a brisa,
que vai direcionando leve e sutilmente o seu destino.
Não como o vento,
que, arrebatador, desorganiza tudo por onde passa.
Me vou, nem sempre tranquila, é bem verdade, mas inteira.
Descobrindo o equilíbrio e o sentido!

Enfim... Sinto-me livre!
Liberdade conquistada,
Recheada de autoconhecimento,
Permeada de vitórias e fracassos, lágrimas e risos...

Enfim... Livre!
Dos enganos e dos engodos!
Os fantasmas do passado exorcizados...
E pronta para recomeçar!
Posto que a vida é sempre um eterno recomeço...
Imagem: Rafaela Argolo

quarta-feira, 25 de março de 2009

Inadimplência


Mais uma vez foi reduzida a previsão de crescimento da economia para este ano. De acordo com o levantamento de março feito pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a estimativa é de 0,3% de crescimento, ante 1,9% em janeiro. A inadimplência, segundo a Folha de São Paulo, terá o maior nível desde 2000, se a projeção se confirmar.
Segundo a pesquisa da Febraban de Projeções e Expectativas de Mercado, realizada nos dias 19 e 20 de março com 33 instituições financeiras, a taxa projetada para inadimplência neste ano é 0,5 ponto percentual, 5,04%, maior que a de janeiro que era 4,9%. Também superior que os 4,4% registrados em 2008.
Os bancos acreditam em uma possível recuperação e levantam a hipótese de uma recessão neste ano. A retração da atividade econômica, o aumento do desemprego e a queda da renda devem elevar a inadimplência.
A expectativa de crescimento para as operações de crédito em março é de 14,2%, 2 pontos percentuais abaixo do que foi estimado em janeiro. Sendo que em 2008, a expansão foi de 31,1%. No entanto as piores perspectivas estão sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria, que deverá ficar negativo em 1,3%, conforme pesquisa de março, esse resultado vai contra os 1,3% positivos que estavam sendo esperados. Para a Selic, a taxa baixa de juros, a estimativa é que encerre 2009 em 9,25% ao ano, contra perspectiva anterior de 10,75%.
O economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, acredita que o desempenho da economia brasileira vai depender do cenário internacional e, mais especialmente, da trajetória norte-americana. A economia brasileira tem chance de se recuperar com a indicação de que a economia americana deixou de piorar.
Segundo a Folha, os analistas de bancos consultados também estão confiantes da recuperação da economia brasileira já em 2010. 59,3% dos pesquisados acreditam que é o que vai acontecer. Também é considerável o percentual dos que apostam que isso ocorra ainda neste ano: 33,3% dos entrevistados. Cerca de 7% disse que acham que a recuperação só será possível a partir de 2011.
Lula comentou, em uma entrevista recente, que esta crise deve ser considerada "apenas uma marola". E não caracterizo como uma declaração infeliz. Acredito que no papel de líder, ele não deve incutir desespero na população. O papel a ser desempenhado por ele é batalhar por melhorar a situação, mas sem causar pânico no povo, afinal um povo preocupado e desesperado, tende a tomar decisões impulsivas, o que não seria positivo para ninguém.

HPV

O HPV é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST). A sua sigla significa Papiloma Vírus Humano, que é uma família de vírus com mais de 200 tipos e subtipos diferentes entre si. Eles podem ser classificados em dois grupos: Os de baixo risco de câncer e os de alto risco. Somente os que são considerados de alto risco, estão relacionados a tumores malignos. Vive na pele e nas mucosas genitais como vulva, vagina, colo do útero e pênis. Podem causar lesões visíveis, como verrugas, mais conhecidas como “crista de galo” ou ficar instalado no corpo sem se manisfestar.
Os vírus de alto risco, que oferecem uma probabilidade maior de provocar lesões persistentes e estão associados a lesões pré-cancerosas são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 entre outros outros. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não transmitir riscos de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção em tumores malignos.
Apesar de não haver cura, segundo o ginecologista Edson Lucena, tem como controlar e fazer com que ele “adormeça”, através de processos físicos ou químicos. O diagnóstico precoce impede que o paciente tenha complicações futuras. No entanto, a melhor forma de combater o HPV ainda é através da prevenção.

Em mulheres:
De acordo com os estudos sobre o assunto, há evidências de que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema de imunidade do próprio organismo, principalmente nas mais jovens. No entanto, é preciso ficar atenta, pois há os casos em que o organismo não tem força suficiente para combater o vírus sozinho.
Embora esteja comprovado que a infecção em consequência do HPV é muito comum (de acordo com os últimos inquéritos de prevalência realizados em alguns grupos da população brasileira, estima-se que cerca de 25% das mulheres estejam infectadas pelo vírus), somente uma pequena fração (entre 3% a 10%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco, desenvolverá câncer do colo do útero, se fizer o tratamento adequado. Há fatores que podem tornar maior a possibilidade de se desenvolver um câncer de colo de útero como: Um número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional), tabagismo, pacientes tratadas com imunosupressores (transplantadas), infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes e clamídia).

Em homens:
O HPV no homem é muito difícil de ser diagnosticado, apesar de não raro. Isto significa que o homem também pode ser um transmissor. O vírus pode se manisfestar como verrugas ou pode ser assintomático (não apresentar sintomas), ou seja, de forma microscópica. Lesões por HPV no homem, também são responsáveis pelo câncer de pênis, daí a importância de visitar o médico regularmente.

Formas de contágio:
A transmissão se dá por diversas maneiras:
- Por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, pênis, câncer de colo do útero, câncer de pênis e ânus. Apesar de nem todo HPV levar ao câncer, segundo o ginecologista Edson Lucena, está comprovado que a maioria das mulheres que desenvolvem tumores malignos no colo do útero foram antes infectadas pelo HPV. As infecções subclínicas (que são assintomática), são encontradas no colo do útero e pênis. O desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica ou subclínica em outras regiões do corpo é bastante raro.
- Através de objetos contaminados como a maçaneta da porta, vaso sanitário, toalha de banho, entre outros, por isso, é importante sempre lavar as mãos antes e após usar o banheiro. Mesmo um indivíduo que não saiba que tem a doença pode ser um transmissor.
- As pesquisas sobre o assunto demonstram que, quando um indivíduo está contaminado, há presença dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago, embora mais raro.
- Na maioria das vezes as infecções por HPV, podem não apresentar sintomas e pode entrar em ação após determinadas situações como na gravidez ou em uma fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada.

As formas de detectar a presença do vírus no organismo são:
- Em seus estágio iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em 90% dos casos, impedindo que o paciente tenha maiores complicações no futuro.
- O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Deve ser feito o acompanhamento sistemático.
- A melhor arma contra o HPV é a prevenção e fazer o diagnóstico o quanto antes.
- As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou em qualquer área da pele, podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele). Nas mulheres, o diagnóstico subclínico das lesões precursoras do câncer do colo do útero, produzidas pelos papilomavírus, é feito através do exame citopatológico (exame preventivo de papanicolau). Já os homens deverão procurar um urologista e fazer uma peniscopia (visualização do pênis através de lente de aumento), ou teste de biologia molecular (exame de material colhido do pênis para pesquisar a presença do DNA do HPV). O diagnóstico precisa ser confirmado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida, biopsia e o PCR.
- A ocorrência de HPV durante a gravidez não implica obrigatoriamente numa má formação do feto, nem impede o parto vaginal (parto normal). Será o médico quem indicará qual a melhor opção de parto após analisar o individual caso de cada paciente.
- A mulher pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum, no entanto, é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo. Daí a importância do exame preventivo (papanicolau) anual.

Prevenção:
- Manter cuidados higênicos;
- Nunca sentar em vasos sanitários de banheiros públicos;
- Ter parceiro fixo ou reduzir o número de parceiros;
- Visitar regularmente seu ginecologista / urologista para fazer todos os exames de prevenção. Para quem não tem convênio médico, o ideal é procurar os postos de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), que estão disponíveis em todos os estados do país. Os exames são gratuitos. Procure a Secretaria de Saúde do seu município para obter informações;
- Caso seja detectado a presença do vírus no seu organismo, torna-se necessário que o seu parceiro também procure um médico para verificar se ele(a) também está infectado com o vírus;

Vacina contra HPV:
Existe uma vacina contra o HPV para as mulheres. Foi criada com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Apesar dos resultados promissores nos estudos clínicos, ainda não há evidência suficiente da eficácia da vacina contra o câncer de colo do útero.
As vacinas desenvolvidas combatem apenas alguns tipos desse vírus. É certo, de acordo com especialistas, que o real impacto dessa vacina, só poderá ser observado após décadas. É importante deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame preventivo. Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema. Ainda há perguntas sem respostas relativas à vacina:
- Ela só previne contra as lesões pré-cancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo do útero?
- Qual o tempo de proteção conferido pela vacina?
- Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é facilmente debeladas pelo Sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV?
- Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo de útero?
- Se os tipos 16 e 18 forem efetivamente suprimidos, outros tipos podem emergir como potencialmente associados ao câncer de colo do útero?
Antes de a vacinação ser recomendada como política de atenção oncológica, todas estas perguntas precisam ser respondidas. Existe um comitê de acompanhamento da vacina, formado por representantes de diversas instituições ligadas à saúde e liderado pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), que avalia periodicamente se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país. Até o momento o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Coma a vacina age no organismo:
A vacina estimula a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo individuo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
Não há risco de infecção pela vacina. No desenvolvimento dela, consegue-se identificar a parte principal do DNA do HPV. Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), obteve-se apenas a “capa” do vírus, que mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos.
A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, visto que só começou a ser comercializada no mundo há cerca de dois anos. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.
A forma como as informações sobre o uso e eficácia da vacina, nem sempre tem chegado a população de forma adequada. É imprescindível esclarecer sob que condições a vacina pode se tornar um mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção que vêm sendo realizadas. Deve-se informar que, segundo as pesquisas, as principais beneficiadas serão as meninas antes da fase sexualmente ativa.
- A vacina é apenas para o sexo feminino. Fica restrita a mulheres entre 9 e 26 anos;
- São necessárias três doses, em intervalos de tempo diferentes. Toma-se a primeira dose, dois meses depois, a segunda e quatro meses depois a terceira e última dose;
- Embora o INCA ainda faça pesquisas sobre a total eficácia da vacina, em casos de prevenção ela foi considerada por muitos especialistas como confiável e satisfatória;
- São dois tipos de vacina, sendo que uma protege a paciente contra o câncer de colo do útero e verrugas, e custa R$ 520. E a outra protege apenas contra o câncer, e custa R$ 380. Os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e os tipos 6 e 11, estão sempre presentes em 90% dos casos de verrugas genitais;
- A vacina não tem efeitos colaterais, podendo causar apenas febre baixa e uma leve dor no braço, onde é aplicada. Grávidas não podem ser vacinadas;
- O SUS ainda não disponibiliza a vacina em seus postos;
- Para quem reside em Jundiaí e região, pode procurar o laboratório de vacinas, Clemed, o telefone de lá é 11 45213633;

Informações do Inca – Ministério da Saúde. Caso deseje tirar dúvidas: contato@inca.gov.br

sábado, 21 de março de 2009

Como está sua vida profissional, mulher?

Dia desses, estava cruzando a cidade de carro com uma conhecida, quando avistamos alguém 'apanhando' para estacionar e dois homens em volta do carro tentando orientar a pessoa. Foi aí que a minha amiga comentou:“Aposto que é mulher!” Então eu reclamei do comentário. No entanto, assim que passamos pelo veículo, percebemos que realmente era uma mulher que estava ao volante. Aí, minha amiga explicou o que ela quis dizer: “Sabe, o que quero dizer, é que as mulheres precisam ser mais seguras. Essa moça só está apresentando dificuldade em estacionar, porque está sendo assistida por esses rapazes”. E, depois que minha amiga explicou o seu raciocínio, eu tive que concordar com ela. É necessário que as mulheres assumam o lugar que conquistou. Não quero bancar a machista, muito menos a feminista. É claro que há mulheres que confiam em si mesma, entretanto apesar de muitas delas ser profissionais competentes, não são reconhecidas e reclamam disso. Por que será que isso acontece?
Por coincidência, estava lendo a Revista Nova e achei um artigo de um homem que acho muito sábio, o psiquiatra e palestrante organizacional Roberto Shinyashiki. Ele estava fazendo uma análise do comportamento de algumas mulheres na vida profissional e dando alguns conselhos. Desde que haja capacidade, tem-se que ter confiança em si mesma e fazer acontecer. Claro, que dentro de principios éticos e do respeito aos demais. Como achei muito interessante, resolvi transcrever o texto dele para o meu blog. Veja abaixo:

Muitas mulheres me perguntam o que fazer para ser notadas pela chefia ou reconhecida por funcionários e clientes. Se você vem alimentando o mesmo desejo, deixe-me contar uma história antes de mais nada. No ano passado, tive de lutar com muita energia para impedir que uma funcionária sensacional da minha empresa fosse demitida.
Preciso dizer que sou o tipo de empresário que dá liberdade para os meus colaboradores contratarem e demitirem quem eles quiserem. Mas sempre fico de olho nesse processo. O que mais me chamou a atenção nesse episódio foi o seguinte: alguns dos meus gerentes entraram na minha sala para dizer que aquela profissional estava com uma péssima performance e deveria ser dispensada. Procurando ser justo com todas as partes envolvidas, conversei várias vezes com ela. E acabei descobrindo o problema: a moça simplesmente não se preocupava em mostrar resultados a ninguém. Portanto, parecia que não produzia conforme o esperado. Um dia, falei: “Três gerentes já vieram dizer que você deve ser demitida. E quero que saiba: se isso acontecer, a responsabilidade será sua”. Ela alegou estar sendo perseguida pelos gestores. Só que, depois desse susto, mudou de atitude: passou a conversar com os colegas de trabalho e viu a importância de mostrar seus pontos fortes.
Você também que ser reconhecida? Então, aumente seu QV, ou quociente de visibilidade! Será que não tem apagado o próprio brilho sem se dar conta? Veja se já passou por alguma destas situações:
- Sua preocupação em ampliar a carteira de clientes é tão grande que você abre mão de participar das reuniões de planejamento.
- Em vez de mostrar aos outros seus méritos, deixa que o gerente se encarregue disso. Mesmo sabendo que ele dá um jeito de levar os louros...
- Nas reuniões, você teme o confronto e não expõe suas ideias.
- Depois de concretizar algum plano – por exemplo, recuperar antigos clientes -, nem passa pela sua cabeça fazer um relatório com dados que comprovem seu emprenho.
De fato, os profissionais mais competentes geralmente não são bons em vender o próprio peixe. E, no jogo da política no trabalho, acabam ficando de lado. Meu amigo Celio Ramos, da Escola de Música e Tecnologia, costumava dizer: “Tudo o que merece ser mostrado tem de ser embrulhado para presente”. Ele tem razão. Se chegar à conclusão de que está se boicotando, procure adotar seis atitudes que vão ajudar a envolver sua competência em papéis e laço e aumentar seu QV. Procure:
- Participar dos encontros promovidos com o alto escalão da empresa ou com os melhores clientes.
- Preparar-se antes de uma reunião, informando-se sobre o que será discutido e quem estará presente.
- Ter algo importante falar – e não perder a oportunidade de dize-lo.
- Ser objetiva e moderada: tagarelar é tão ruim quando emudecer.
- Conversar com o supervisor sobre seus projetos em andamento, se possível uma vez por semana. Além de fazê-lo se sentir importante, é uma excelente oportunidade de mostrar o que você está faltando.
- Mandar o relatório do seu trabalho para toda a equipe, para todos saberem que você é fera.
De agora em diante, tenha em mente que sua carreira é muito importante para você ficar escondida atrás de um computador!
(Revista Nova. Editora Abril. Edição 426, ano 37, nº3 março 2009.)
Imagem: Divulgação.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Yamandu em Jundiaí

Essa é para os apreciadores da boa música. Yamandu Costa, violinista e compositor, que é sumidade no meio musical e demonstra sua total intimidade com o violão de sete cordas no momento em que sobe ao palco e encanta o público com diversos estilos musicais, como: Choro, bossa nova, além de muitos outros gêneros como milongas, tangos, zambas e chamamés, e vai se apresentar no Polytheama, no dia 28 de março, às 20h30. O ingresso custará R$ 5,00. Esse evento oferecerá qualidade musical por um valor módico. É a cultura sendo disponibilizada para todos os bolsos.
O espetáculo acontecerá na Rua Barão de Jundiaí, 178, Centro, Jundiaí. O telefone do Polytheama é: 11 4586-2472.
Fica o convite, vá conferir!

Encontro de Lula e Obama

No dia 14 de março o presidente Lula foi até os Estados Unidos, encontrar-se com Barack Obama. Essa reunião marcou o fim de uma época em que o Brasil e Argentina eram vistos pelo mundo como as duas potências regionais da América do Sul.
Segundo analistas internacionais a visita de Lula consolida o Brasil como interlocutor privilegiado no continente. O presidente brasileiro foi o primeiro líder de países latino-americano a visitar Obama.
"Nos anos da crise argentina, de 2001 a 2003, Brasil era uma potência regional na América do Sul. Agora é ator global, considerado aliado estratégico pela União Europeia e principal interlocutor da China na luta contra o protecionismo", diz Jorge Castro, do Instituto de Planejamento Estratégico.
Se bem que houve pessoas que afirmaram que Lula deveria aproveitar esta viagem para fazer contatos e falar também com ministros e senadores americanos, que estavam abertos para tal investida.

Conheça um pouco mais sobre Clarice Lispector

Clarice Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920, em Tchetchelnik, pequena cidade da Ucrânia, e chegou ao Brasil aos dois meses de idade, naturalizando-se brasileira posteriormente. Foi criada em Maceió e Recife. Aos doze anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito, trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária. Viveu muitos anos no exterior, em função do casamento com um diplomata brasileiro, teve dois filhos e morreu em dezembro de 1977, no Rio de Janeiro.
Apesar de sempre ter evitado dar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, acabava por deixar escapar nos seus escritos e contos, de tempos em tempos, confissões que, revelavam um autoretrato acurado, ainda que parcial. Isso aconteceu principalmente nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973.
Certa vez em uma entrevista concedida a Affonso Romano de Sant'Anna e Marina Colasanti, para o Museu da Imagem e do Som, em 20 de outubro de 1976, ela afirmou que enjoava dos seus escritos depois que eram publicados, que sentia como se fosse um livro morto e não queria mais saber deles. "E quando leio, acho ruim. Aí não leio, oras!"
O texto de Clarice costuma apresentar ilusória facilidade. O vocabulário é simples e as situações descritas são sempre sobre o dia-a-dia, as pessoas, os animais, os objetos domésticos, mas cada frase descrita porá o leitor em contato com um mundo em que o insólito acontece e invade o cotidiano mais costumeiro. Ela consegue evidenciar as nuances e conflitos próprios que tem cada criatura, por mais banal que seja. Se é, que pode-se afirmar que qualquer ser humano é banal.
O conto Amor foi escolhido por Ítalo Moriconi para integrar um livro com os cem melhores contos brasileiros do século, que é também o título do livro. Nesse livro há contos de Machado de Assis, Monteiro Lobato, entre outros. Este conto fala sobre a história de Ana, uma mulher casada e mãe, de classe média e do lar, que ao se deparar com um homem cego na rua, se sente comovida com a situação dele e fica inquieta, até que à noite se deita em sua cama confortável, ao lado esposo, e assim toda as tormentas sentidas durante o dia ao descobrir a existência dos menos afortunados passa e ela descansa tranquila. O livro Laços de Família, da editora Rocco, de Clarice, também traz este conto, além de muitos outros.
No livro A Hora da Estrela Clarice cria Rodrigo S.M., que é o narrador da história, e é através deste autor imaginário que Clarice se desnuda e deixa entrever sua forma de enxergar o mundo e as pessoas. Rodrigo S.M. conta a história de Macabéia, uma pobre infeliz, órfã e que foi criada por uma tia que nunca lhe deu carinho. Uma pobre moça insegura e carente, tanto de cultura, quanto de afeto e também de dinheiro.

Abaixo Textos extraídos do livro Aprendendo a viver, Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2004.

Viver plenamente
"Eu disse a uma amiga:
- A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
- Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim."

A síntese perfeita
"Sou tão misteriosa que não me entendo."

Um vislumbre do fim
"Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto - serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de `dois e dois são quatro´ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto..."

domingo, 15 de março de 2009

Bullying e cyberbllying - O que é e como evitar?


Você está atento as atividades que seu filho desenvolve na internet ou na escola? O bullying e o cyberbulling, ou seja, colocar apelidos, ofender, humilhar, discriminar, perseguir e amedrontar, é uma realidade da vida moderna. A diferença, entre um e outro, é que o bullying acontece na atividade diária escolar, já o cyberbullying ocorre através de e-mails, celulares, blogs, fotologs ou sites de relacionamento. Tanto um quanto o outro é uma prática de exclusão social. Os agressores são geralmente os líderes da turma, os mais populares. São os que gostam de colocar apelidos nos mais frágeis. Assim como a vítima, ele também precisa de ajuda psicológica. De acordo com os especialistas, este adulto, no futuro, pode ter um comportamento de assediador moral no trabalho e, pior, utilizar da violência e adotar atitudes delinquentes ou criminosas.
Esse tipo de comportamento é considerado crime de ódio e tem penas previstas de um a três anos de reclusão. Se o indivíduo for menor estará sujeito as sanções do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que variam de medida socioeducativa a internação.
As crianças e adolescente que são vítimas desse tipo de ação podem ficar agressivas ou deprimidas, elas se sentem ansiosas, tem baixo autoestima, podem se recusar a ir a escola, entre outros desfechos. De acordo com a educadora Cléo Fante, o ideal é fazer um trabalho preventivo de orientação. No caso do cyberbullying, não basta dar um computador, é preciso ensinar a criança e o adolescente a usá-lo com responsabilidade. Infelizmente, colocar filtros nos computadores é insuficiente para garantir a segurança das crianças e adolescentes. A internet precisaria ser um ambiente seguro, mas ela ainda não é, por isso, o aconselhável é que os pais observem os seus filhos. A coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Angelina Soligo, afirma que muitos professores não sabem como agir diante do bullying e, em geral, acabam fingindo que não veem.
Na escola, caso você perceba que o seu filho está tendo um comportamento estranho o mais indicado é conversar com a criança e depois procurar a direção da instituição de ensino em que seu filho está matriculado. Se não houver resultado, dependendo da gravidade, no caso de haver violência física, por exemplo, o ideal é denunciar os agressores através do número 100.

Veja como a família pode ajudar:
- Seja o filho vítima ou agressor os pais devem estar alertas para o problema, pois ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.
- Mostre-se sempre aberto a ouvir e a conversar com seus filhos;
- Fique atento às bruscas mudanças de comportamento;
- É importante que as crianças e os jovens se sintam confiantes e seguros de que podem trazer este tipo de denúncia para o ambiente doméstico e que não serão pressionados, julgados ou criticados;
- Comente o que é o bullying e os oriente que esse tipo de situação não é normal. Ensine-os como identificar os casos e que devem procurar sua ajuda e dos professores nesse tipo de situação;
- Se precisar de ajuda, entre imediatamente em contato com a direção da escola e procure profissionais ou instituições especializadas;

Em se tratando do universo virtual (computadores), como se portar e também instruir os filhos:
- Não envie ou repasse mensagens com agressões;
- Caso receba alguma mensagem ofensiva, não responda e grave todas as mensagens e imagens;
- Bloqueie o contato dos agressores no celular, bate-papo, e-mail e redes de relacionamento;
- Seja sempre educado no que fizer pela internet; cuidado com o que escreve e com as imagens que divulga;
- Se algum conhecido está sendo vítima, encoraje-o a denunciar.

sábado, 14 de março de 2009

Cobras e serpentes


As cobras são animais de sangue frio, mas necessitam do sol para se aquecerem, por essa razão gostam de ficar em campos abertos e pequenos bosques. Elas não tem ouvidos e enxergam pouco. Tem a língua estreita e flexível, semelhante a uma fita, com extremidade bífida, que serve para captar “cheiros” diversos. Uma Jibóia, por exemplo, consegue viver em média, uns 25 anos. Para se criar uma cobra é imprescindível ter autorização do Ibama. Considera-se crime se a origem do animal não puder ser comprovada, sobretudo se for um animal adquirido de traficantes ou contrabandistas, em estradas, depósitos, feiras livres, através de encomendas ou similares. A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 5197/67, Lei 9605/98 e Decreto 3179/99) considera crime contra a fauna a manutenção de animais silvestres em cativeiro sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. No caso específico de fauna silvestre entende-se como autoridade competente o IBAMA. Se o animal for adquirido legalmente, ou seja, de criadouro comercial ou comerciante devidamente registrado no IBAMA não é crime.
É comum ver as cobras como inimigas pessoais do ser humano, o que leva a uma matança indiscriminada. No entanto, ao fazer isso, o homem contribui para alterar o elo na cadeia ecológica, o que, aos poucos, causa a extinção das espécies. As cobras não têm por hábito atacar seres humanos. Apesar de existirem espécies particularmente agressivas, elas só atacarão caso se sintam assustadas, molestadas ou com o território invadido, caso contrário, geralmente, preferirão evitar o contato.

Hábitos alimentares:
Logo após se alimentarem, as serpentes ficam entorpecidas, enquanto acontece o processo da digestão, que é bastante intenso. Principalmente depois de ingerir grandes presas. Por causa disso, se for perturbada, depois de se alimentar, a cobra irá, provavelmente, vomitar a presa para conseguir fugir. Caso não haja pertubações, o processo digestivo é altamente eficiente, dissolvendo e absorvendo tudo.


Como bichinho de estimação:
No entanto, para quem decidi ter uma cobra como bicho de estimação é bom ter em mente que elas não são parecidas com gatos ou cachorros. Não será possível passear com ela usando uma coleira, por exemplo. Onde acomodá-las também é uma questão a ser pensada. Elas necessitam de um terrário com forração orgânica seca ou carpete específico para répteis. Estabeleça um canto no ambiente dela, onde elas possam cavar até uma profundidade equivalente à altura do seu corpo, pois ela gostam de se enterrarem.
Coloque no terrário troncos naturais ou artificiais, plantas naturais, rochas e tocas promovendo maior conforto para o animal. Sempre depois de manusear seu animal, recomenda-se que lave as mãos utilizando desinfetante.
Há cuidados necessários, como a luz e o aquecimento para o animal. Elas precisam de lâmpadas UVA e UVB's específicas para répteis para se aquecerem, mas é preciso tomar cuidado com o excesso, pois o superaquecimento poderá causar queimaduras na pele do animal. Em cativeiro as serpentes se alimentam de mamíferos, como hamsters, porquinhos da índia e camundongos. A constância na alimentação vai variando de acordo com alguns fatores. Se forem bem alimentadas não atacaram os seus donos e se deixarão manipular por eles. Entretanto não é um animal que possa ser domesticado. Não são animais que desenvolvem amor por seus donos, apenas passam a respeitá-los caso sejam bem tratados.
Deve ser mantida água fresca e limpa para que elas bebam e até mesmo se banhem. As Jibóias, por exemplo, gostam de banhar-se, por isso é importante manter um recipiente de água que caiba o seu corpo. A saúde do seu animal está diretamente relacionada a acomodação, manejo, limpeza, higiene e alimentação adequada. Uma cobra estressada não se alimentará bem e se tornará mais arisca.

Você sabe qual a diferença entre cobra venenosa e peçonhenta:
A saliva das serpentes é prejudicial ao ser humano, pois é adaptada para dissolver proteína (carne, por exemplo). Ou seja, na verdade todas as cobras são venenosas. Há cobras que tem um veneno mais potente, enquanto outras têm um veneno mais fraco.
As cobras peçonhentas tem os dentes caninos como se fosse uma agulha de siringa (com um furo) para que ao morder a vítima o veneno seja injetado. Esses dentes são chamados de peçonhas. Ou seja, as sepentes que possuem dentes inoculadores são chamados de peçonhentos e os que não possuem este tipo de dente, são conhecidos por não peçonhentos. Mas mesmo as cobras que não têm peçonhas, se vier a morder alguém pode causar transtornos. Caso o local da mordida não tenha atendimento adequado pode vir a desenvolver grave infecção.

Se for picado:
Caso você seja picado por uma serpente, imobilize o membro atingido e coloque-o em uma posição elevada. Não chupe o local, como diz a crença popular, não faça garrote, não esprema o local, não faça cortes ou torniquetes. Quanto antes o indivíduo for medicado, mas chances de sobrevivência ele terá, caso tenha sido picado por um animal venenoso e peçonhento. O soro antiveneno é o único tratamento eficaz.
Criadouro para extração de veneno:
Montar um criadouro para a extração de veneno não é barato e nem simples. Aqueles que se interessam pelo assunto, são motivados principalmente pelo alto preço que o veneno tem no mercado (de US$ 300 a US$ 1500 o grama dependendo da espécie), no entanto poucas tem noção da realidade.O investimento inicial para a implantação do empreendimento pode chegar a R$ 500 mil. Será necessário providenciar a infraestrutura adequada, licenças, documentação e matrizes. Segundo alguns criadores, o retorno financeiro, quando alcançado, só aparece depois de 3 a 5 anos de trabalho. Em pleno funcionamento, com um plantel de 5 mil serpentes, um criadouro pode produzir, aproximadamente, de 1 a 1,5 kg de veneno seco por ano.
(informações da Universidade de São Paulo).

Um conto - Quem não sabe criar...

Aninha era uma criança adorável de oito anos. Era filha única e muito amada, apesar dos pais viverem sempre ocupados com as suas realidades. Tudo que ela fazia era louvado por todos. Sempre ganhava tudo o que pedia para os pais. Quando fazia suas peraltices todos diziam: Como é esperta esta menina! E tudo sempre passava sem castigo.
Uma vez Aninha estava com uma prima, a Juju. E elas resolveram brincar de caçar passarinho, mas para isso, precisavam de uma arma. Então, Aninha não titubeou: foi até a garagem, pegou uma espingarda de sal que era do seu pai e atirou, o problema é que o tiro pegou na testa da prima. Apesar de não ter acontecido nada de grave, machucou bastante. Todos ficaram aliviados, pois a munição não era de bala de verdade. Caso fossem Aninha teria dado a Juju uma passagem para outra dimensão. Mas todos compreenderam que a menina não tinha feito por maldade, o serzinho angelical tinha apenas errado o alvo, que era o pássaro. Também, quem manda a prima ser maior que o passarinho e ficar na frente da espingarda? A prima compreendeu e não guardou magoa, mas é certo que pensou com os seus botões, que a arma, de uma próxima vez, ficaria em suas mãos... E tudo voltou ao normal. Alguém até cogitou em dizer as crianças que os pobres passarinhos ficam melhor vivos e, mesmo que o alvo correto tivesse sido acertado, a brincadeira poderia ser considerada meio nociva, no entanto ficou só na cogitação. Ninguém nada falou...
O fato é que estava chegando o aniversário de Aninha e ela resolveu chamar o pai para uma conversa séria: diria o que queria ganhar de presente de aniversário. Era assim todos os anos, se bem que este ano ela queria um presente inusitado. Ela acreditava que o pai iria gostar da ideia, já que sua mãe sempre dizia que ele deveria ir morar numa selva, pois sabia lidar melhor com os bichos do que com a esposa...
E assim, ela, preferindo não perder tempo, ligou para o pai no local de trabalho dele e marcou uma audiência para a noite (preferia encarar como audiência, pois o assunto era sério, afinal seria o seu presente)...
O pai chegou. Já eram 21h. Era meio tarde, mas é que ele tinha passado no bar para tomar uma pinguinha, claro que não para ficar bêbado, apenas “para tirar o estresse” e rever uns colegas (daqueles que só é possível encontra em um bar. Do tipo que se o companheiro não tiver dinheiro para pagar a pinga, ele, muito solicito, paga, mas se precisar de dinheiro para comprar um remédio para a ressaca no dia seguinte... Sente-se muito, mas aí já é abuso, né!). Assim que entrou em casa, foi direto ao quarto da filha para falar com ela:
- Que foi filha?
- Ah, pai, é que decidi o que quero ganhar de aniversário este ano.
- E o que é? Uma boneca?
- Não pai... Boneca é coisa do passado. Agora já sou uma moça. Decidi que quero ganhar um bichinho de estimação, pois não tenho nenhum e todos meus amiguinhos tem um.
- Ah, filha, tem que ver com sua mãe. Saber se ela vai deixar! Mas e o bicho? Você já escolheu? Um gatinho carinhoso como você? Ou um cachorrinho? - Perguntou sem estar propriamente bêbado, mas eufórico por causa da bebida.
- Ah, pai, me ajuda a convencer a mamãe a ter um bichinho em casa! Mesmo porque o bicho que eu quero é um bichinho bem mais legal que gato, cachorro ou esses bichos grudentos... Eu quero uma cobra!
- O que? “Cê” tá doida, menina?
- Não, pai. Ah, pai. Uma cobra é um bicho tão bonito... Eu queria tanto! - E começou a chorar
- Não! Nem pensar! Você só pode estar brincando comigo. É melhor você ir dormir, isto sim! Deve ser o sono que está fazendo você dizer tantas besteiras. - Beijou a testa da filha e foi se aprontar para dormir. Antes, claro, ele e a esposa dariam umas rosnadas de um para o outro. Mas isso é o amor! Como é lindo o amor! Quanto a filha, ele tinha certeza que ela mudaria de ideia. E fica a dúvida: Será que ele conhecia sua angelical filhinha assim tãããão bem!
No outro dia, a menina foi falar com a mãe, que afirmou que não queria bicho nenhum dentro de casa, muito menos uma cobra e ponto final! A menina foi para a escola triste e, desacostumada que estava a ser contrariada, voltou febril. Aquilo foi o fim do mundo para todos. Pobre criança, estava sofrendo! E a avó resolveu ir falar com a menina, que a essa altura, já estava de cama:
- Oi, filha! Você está melhor?
- Ai, vovó... Eu não sei... Meu corpo está dolorido! Vovó... Você sabia que meu aniversário está chegando?
- Ah, sim querida! Por isso você precisa ficar boa, para fazermos uma bela festa para você!
- Ah, vovó... Não precisa de uma festa. Basta que eu ganhe o presente de aniversário que pedi para o papai. Mas nem ele e nem a mamãe quer me dar! - Não que a menina fosse manipuladora...
- Ah, benzinho! Mas o que você quer ganhar? - Disse a solicita vovó.
- Quero uma naja! - Disse a menina com tanta empolgação que os olhos até brilharam. Espantando, por um instante, o desanimo advindo junto com a doença imaginária.
- O que é isso, querida? Alguma boneca?
- Não, vovó! É uma cobra... - A vovó arregalou os olhos e disse:
- O que? Aquela cobra que cospe veneno? Menina, você está maluca, está? - A avó ficou indignada. - E onde acharíamos uma cobra destas. Ela é comum na Índia, minha filha... É longe. E imagine o perigo para toda a família?
- Mas vovó, sem a cobra minha vida não tem mais sentido! Ela se chamará Rosalva e será minha amiga! Sabia que ela fica em pé? Eu posso até me tornar uma encantadora de serpentes e ficar famosa quando crescer!
- Ah, minha filha! De onde você tirou esta ideia...

- Sabia que as cobras não tem ouvidos vovó?
- Minha filha, nem deve ser permitido por lei ter uma cobra dessas em casa. É melhor ir dormir, está bem! Mais tarde a vovó volta. - E a avó saiu desolada do quarto. Então decidiu que compraria uma boneca para a neta e, aí com certeza, a menina tiraria esta ideia da cabeça.
Falou com os pais da criança, foi até a loja de brinquedos e comprou a tal boneca. Mas no outro dia a menina estava ainda mais triste e, mesmo depois de ganhar o brinquedo, a criança continuou mais triste e a febre foi piorando.
A menina foi levada ao médico, que afirmou não haver nada de errado e receitou um remédio para baixar a febre. Então os pais resolveram comprar a tal da cobra para a criança. Verificaram e descobriram que esta cobra era raríssima no Brasil e que para se ter permissão do Ibama para ter uma naja em casa, iria demorar bastante e ainda não era certeza de conseguir. Mas para fazer a vontade de sua princesinha, eles entraram em contato com o submundo do crime e conseguiram uma cobra contrabandeada. A menina, quando recebeu a cobra de presente, melhorou e começou a cuidar da cobra. Rosalva obviamente tinha um canto só seu. Ficava no seu terrário o tempo inteiro e, assim, a vida ia seguindo.
Entretanto, a medida que o tempo foi transcorrendo, a criança foi perdendo o interesse pela cobra. E papai e mamãe tinham suas próprias preocupações diárias, como ganhar dinheiro para a sobrevivência, por exemplo. E até mesmo a preocupação de conseguir sobreviver um com o outro até que a morte os separasse. Oh, doce morte! Chegavam a pensar! O fato é que não se importavam com Rosalva. A cobra assustava um pouco as visitas, pois o terrário dela ficava na sala. Principalmente, quando ficava em pé, colocava a língua para fora e fazia: “shiiiiiii”. Mas, na verdade, isso não representou um grande problema, afinal a família recebia poucas visitas e aqueles que frequentavam a casa foi se acostumando...
Com o tempo a menina foi se cansando de ter que alimentar a cobra. No início era até divertido vê-la devorando os ratinhos, mas depois perdeu a graça. Rosalva começou a ficar um tanto chateada com a situação, afinal queria ser bem alimentada e a comida andava escassa. Já que Aninha, às vezes, esquecia-se de lhe dar comida.
E aí aconteceu... Um belo dia, Aninha foi até o terrário e abriu-o de qualquer jeito. A intenção era alimentar a cobra, que estava quieta no lado oposto ao da fechadura, mas percebeu que a comida de Rosalva tinha acabado. Então decidiu que quando voltasse da escola, ela iria comprar mais ratinhos para Rosalva. Saiu correndo para não perder a condução que seus pais pagavam para que ela fosse e voltasse da escola em segurança e, na pressa, não fechou o terrário de Rosalva direito.
No fim do dia, quando chegou em casa, encontrou a avó, que explicou a situação a netinha. A cobra tinha escapado do seu ninho e atacado os pais. Estes, haviam se tornado vítimas da situação ou da cobra ou da menina ou deles mesmos. Eles tinham conseguido ligar para a ambulância para pedir ajuda, mas não resistiram a picada da cobra... E logo naquele dia que o pai tinha chegado mais cedo em casa! O Ibama já tinha recolhido a Naja e estava abrindo inquérito para saber de onde ela havia surgido. A avó estava lá para aconchegar a menina.

Minha mãe já dizia: Que quem não sabe criar filho, acaba sendo criado! Nesse caso, mordido!