sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Depois dos 60: Relação de amor e ódio

Após quatro anos de faculdade, no fim do ano passado, Marineide Silva e eu apresentamos nosso TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Nós elaboramos um livro que fala sobre os idosos e a forma como são vistos e tratados pela sociedade. Retratamos, também, a maneira como eles se posicionam diante da vida.
No início, quando o tema surgiu como possibilidade, não imaginamos que iríamos nos apaixonar pelo assunto, mas aconteceu. E depois de um ano de abrangente pesquisa em sites, livros, jornais, revistas e entrevistas, nasceu o livroreportagem perfil, Depois dos 60: Relação de amor e ódio.
Chegamos a conclusão que o preconceito e/ou discriminação para com as pessoas que contam mais idade existe e ele, muitas vezes, é meio velado.
Um dos motivos, é porque o Brasil sempre foi considerado um país jovem. Mas o crescimento acelerado da população idosa, somado com o fato de que a sobrevida humana aumentou acentuadamente no decorrer do último século, não encontrou uma estrutura sócio-cultural preparada.
O mais indicado, segundo os profissionais do assunto, seria definir um perfil do idoso brasileiro, mas como a velhice é uma questão complexa, pois implica em questões biológicas, psicológicas, sociais, culturais, políticas, entre outras, fica mais difícil fazer este perfil, o que não é impossível. Existindo um perfil definido ficaria mais fácil rever o que precisa melhorar, para assim, estipular novas políticas para beneficiá-los.
O preconceito e/ou discriminação ao longevo é identificado em diversas ocasiões, como: na hora de fazer um plano de saúde, se resolvem buscar emprego, na fila do banco, em algumas propagandas, e em muitas outras situações.
No entanto, concordo com o antropólogo Maurício Erníca, que afirmou não ter como estipular uma única e mágica receita para dar mais qualidade de vida aos idosos. Para que o problema seja resolvido, cada parte envolvida, precisa descobrir quais são seus próprios deveres, e assim, tanto jovens quanto idosos acabariam aprendendo, então, a aceitar melhor o envelhecimento.
Os mais jovens precisam ser educados aprendendo a respeitar os mais idosos e a ver que ela própria também está envelhecendo a cada dia que passa, por isso precisa aprender a lidar com o fato desde a mais tenra idade.
O governo também tem responsabilidades e atribuições a cumprir, é necessário implantar novas e justas políticas públicas para o bem da comunidade longeva, como: pensar no bem estar do idoso na hora de planejar as ruas, as casas, as calçadas, os semáforos; fazer campanhas televisivas incentivando o respeito pelos idosos e também estimulando-os a praticarem esportes ou desenvolverem alguma atividade, entre outras.
E os próprios idosos precisam conquistar o seu espaço. Não deve se acomodar, precisa continuar contribuindo com a sociedade mesmo depois de aposentado. Praticando esporte, fazendo trabalhos voluntários ou estudando alguma coisa do interesse dele. O importante é não estagnar. O cérebro e o corpo humano acaba atrofiando quando não é usado. O indivíduo quando é um ator social, pode ser muito mais feliz do que quando assume um estereótipo de mau humor, de chatice ou de submissão.
Uma Psicóloga que foi entrevistada Alexandra Aparecida dos Santos Oliveira, comentou que existem muitos mitos que apontam o idoso como alguém que não aprende e que não tem sexualidade. Entretanto envelhecimento não é doença. Apesar de ser normal algumas perdas, não é verdade afirmar que todo longevo tem alguma doença específica. Em relação a sexualidade, por exemplo, todas as pessoas têm, o que muda com o passar do tempo é a agilidade. Uma pessoa que exercite a mente de alguma forma tem menor possibilidade de desenvolver uma doença como o mal de Alzheimer, por exemplo, segundo especialistas.
No entanto, para expurgar preconceitos a fim de retirar os idosos da categorização limitante é preciso muita dedicação. Ao se impor atributos rígidos a uma categoria, é retirada sua livre expressão, assim ela deixa de ser quem é, para se tornar um estereótipo, comenta Pedro Paulo Monteiro, gerontologista e autor do livro Envelhecer ou Morrer, eis a questão.
Com o intuito de complementar o livro e exemplificar com a realidade o que os profissionais mostraram, fizemos entrevistas com 10 idosos com histórias de vida diferenciadas. Um deles foi o Sr. Alexandre Etienne Rosseti. Um homem interessantíssimo, com 80 anos de idade, que já morou em 7 países diferentes. Detentor de uma vasta biblioteca. Mas uma pessoa negativa que associa os longevos como “cavalos velhos de todos os tipos, de repente alguns foram bons, mas hoje já não servem mais para nada”. Por causa do próprio preconceito, acaba deixando de contribuir com as demais pessoas. Muito diferente de outro perfilado o Sr. Carlos Adolfo Tirabaschi, um homem de 62 anos, que logo após se aposentar foi cursar direito e atualmente já está formado e exercendo a profissão como defensor público. Ele afirma e mostra em suas atitudes que o ser humano, em se tratando de indivíduos saudáveis, podem ser produtivos até o fim da vida.
Percebemos com as pesquisas, que precisa haver mais inclusão social. Há muito o que fazer ainda, mas na região já existe alguns exemplos de como praticar a inclusão. Na cidade de Jundiaí, existe a FAMI (Faculdade Aberta de Melhor Idade), que oferece vários cursos para as pessoas idosas que estão interessadas em aprender. Em Campo Limpo Paulista, existe o Grupo Conviver da Melhor Idade, que deixa a disposição dos idosos diversas atividades, como bocha, natação, dança, coral de música, expressão corporal, entre outras. Mas já é considerado insuficiente em quantidade de vagas para beneficiar a quantidade de longevos que há na cidade. Hoje, ele conta com a participação de 380 idosos. É ideal encontrar o que combina com a própria personalidade e, à partir daí, começar a praticar. O trabalho ou atividade de lazer afasta as reações negativas trazidas pelas preocupações, que é a fonte das emoções tão prejudiciais à senectude.
A escolha desse tema teve como intenção principal incentivar a cada um que leia este trabalho a refletir. E evidenciar que o envelhecimento é um ciclo natural da vida e cada um deve aceitar e saber lidar com o fato, tirando da velhice o crédito da experiência.
A juventude respeitando os idosos de hoje, estão semeando bons frutos para quando forem os idosos de amanhã. É necessário saber aproveitar as vantagens que advém com a experiência e saber driblar as desvantagens que, consequentemente, possa vir junto com a idade, afinal tudo tem um lado positivo e um outro negativo.

Olha estas velhas árvores, mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fome e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das tagarelas...

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
(Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac
jornalista, poeta, inspetor de ensino,16/12/1865 à 28/12/1918)

Ps.: O livro está exposto na Faccamp (Faculdade de Campo Limpo Paulista)
Foto: Marineide Silva

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Aumento de inadimplência nos financiamentos...

Em conseqüência da crise que agrava o mundo, a inadimplência de financiamento de veículos se agrava no Brasil. Em dezembro passado, 4,3% do volume total de financiados estão inadimplentes, esse número representa R$ 3,5 bilhões. Só em 2008 a inadimplência cresceu 1,3% em comparação ao ano anterior. Esse é o maior patamar da série histórica desde junho 2000.
De acordo com a análise do BC (Banco Central), as prestações em atraso, ou seja, que deixaram de ser pagas entre 15 e 90 dias, apresentaram crescimento de 6,7% para 8,3% batendo a casa dos R$ 6,7 bilhões.
Os economistas creditam ao crescimento da inadimplência no setor a iniciativa dos bancos de elevarem os custos do crédito no mercado para pessoa física.
Para o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto Vertamatti, a inadimplência no segmento de veículo começa a preocupar o mercado.
No entanto, para a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a inadimplência no segmento de veículos divulgada pelo BC está dentro da expectativa da entidade e os bancos têm elevado as exigências para a concessão de crédito por uma questão de segurança.

O BC fez um balanço do crédito em 2008 que mostra que o dinheiro está mais caro para quem necessita de empréstimo. O aumento da taxa para pessoa física no cheque especial chama a atenção. Subiu de 138,1% em dezembro de 2007 para 174,9% em dezembro do ano passado, uma diferença de 36,8%.


Nesse ano de 2009, segundo os profissionais do assunto, será um ano complicado para a economia. A taxa de desemprego está aumentando. O governo liberou R$ 100 bilhões, para o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para que sejam direcionados em forma de empréstimo as empresas que estão em dificuldades. Foi o maior valor já liberado no Brasil, nesses últimos tempos. O objetivo dessa medida é conter o desemprego, pois uma das cláusulas para a empresa que solicitar o empréstimo é não demitir ninguém. No entanto, não tem como impedir que as demais demitam.
A projeção é que o Brasil cresça, neste ano, entre 3,5 a 4%.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Niver Sampa


O aniversário de São Paulo já passou, foi no dia 25 de janeiro, mas quero deixar registrado minhas congratulações para Sampa. Sou uma paulistana, natural de Jundiaí, é bem verdade, e ainda baiana por maioria de votos (minha família quase inteira é de lá, inclusive meu pai, minha mãe e minha irmã mais nova). Mas não poderia deixar de declarar meu amor por essa metrópole que está sempre de portas abertas para receber aqueles que desejam arregaçar as mangas e partir para a luta. É uma capital que tem seus problemas, mas onde não tem problemas?

A cidade comemorou 454 anos, e apesar de ter ficado sem o tradicional e gigantesco bolo, foi festajado com grande estilo ao som de muitos músicos talentosos e queridos como: Jorge Aragão, Leci Brandão, entre outros. E várias outras atividades.
Essa metrópole nasceu escondida pela Serra do Mar. Essa característica significou desafio a vencer e até obstáculo, mas ajudou a definir a personalidade de Sampa, sempre cheia de contrastes e tão perturbadora.
Para quem admira São Paulo e aprecia uma bela leitura, uma boa pedida é o livro do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, A capital da Solidão, que conta toda a história.

E como diz Caetano "alguma coisa acontece com o meu coração, só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João...".

E Deus abençõe São Paulo e cada habitante!
Foto: site do Estadão

Os jogos eletrônicos e as crianças...

Atualmente, vivemos numa época em que os jogos eletrônicos fazem parte da realidade de muitas crianças. Mas a utilização de produtos e brinquedos eletrônicos podem virar uma dor de cabeça para os pais. Apesar de não haver uma idade específica para permitir que as crianças tenham celular e brinquem com jogos eletrônicos, é preciso ficar atento. Se for uma atividade dosada pode até ajudar o infante, mas se não houver controle também pode prejudicar.
De acordo com o psicólogo Aderson Costa, para presentear a criança com um celular, por exemplo, ela precisa pelo menos conseguir manusear o aparelho. Ele ressalta que o equipamento não deve ser oferecido como brinquedo, mas deve ser dado racionalmente.
No caso dos jogos eletrônicos, eles desenvolvem a capacidade de raciocínio e permitem a interatividade, mas ao mesmo tempo promovem o isolamento e não estimulam a atividade física. Muitas crianças tem esses jogos como a brincadeira preferida. Segundo a educadora Andrea Ramal, autora do livro “Educação na cybercultura”, apesar do desespero dos pais, existe aspectos positivos deste tipo de atividade e ela ensina os pais a lidar com a situação. A educadora ressalta a importância que os pais e os professores (os pais tem responsabilidade maior) tem no processo de formação dos infantes.
A educadora salienta que jogos como 'Sin-City', em que é preciso gerenciar uma cidade, são maravilhosos. Já em se tratando dos que apresentam um universo de violência, segundo Andrea, o ideal é conversar com a criança e perguntar-lhe o que ela acha que esses jogos tem em comum com a realidade em que ela vive. É importante criticar a brincadeira e é sempre aconselhável incurtir na criança valores morais para que ela consiga saber distinguir o certo do errado.
Uma dica muito importante que os psicólogos costumam dar aos pais é que os jogos eletrônicos não podem ser a principal fonte de brincadeiras e de alegria das crianças. “Nós só tomamos alguns cuidados para evitar atividades essencialmente solitárias, que não privilegiam a interação social”, explica o psicólogo Aderson Costa.
Por isso não basta restringir o acesso a determinadas páginas na Internet, é preciso limitar o tempo que as crianças passam na rede. De acordo com os profissionais que trabalham com crianças, quem começa cedo a usar aparelhos eletrônicos em demasia, pode desenvolver distúrbios de sono e de humor. Pois, no caso das crianças, por exemplo, elas não têm maturidade para lidar com a perda, só querem ganhar. Por isso às vezes acabam ficando agressivas e irritadas.
Quanto mais nova for a criança, se torna mais importante que os pais estejam sempre acompanhando a brincadeira. Na matéria exibida pelo Jornal Hoje da rede globo, há o relato de Amanda que, desde os 3 anos brinca com videogames. “Se pudesse, ficava o tempo todo”, diz a garota. Mas cumpre o acordo feito com o pai, sobre internet. “Eu só entro em sites que eu conheço, em que eu jogo normalmente”, explica.
Com Mateus, de 6 anos, que adora computador, os pais ficam por perto enquanto ele joga e o menino só tem direito de passar 40 minutos por dia no mundo virtual, depois é hora de sair da frente da tela e partir para o jogo de futubol. Ele nem tenta negociar, pois já aprendeu que a vida real também pode ser muito divertida. Há tempo para tudo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Aquecimento Global

De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas) a aceleração do processo de aquecimento global que foi verificado nos últimos 50 anos é uma possível conseqüência de um aumento dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera de forma desordenada.
O efeito estufa acontece quando gases da atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitrato (N2O) e CFC's, absorvem parte da radiação solar e, assim, retém o calor na Terra. Então a superfície terrestre acaba ficando cerca de 30º C mais quente, pois recebe aproximadamente o dobro de energia da atmosfera em comparação a energia que recebe do sol. Um dos gases mais nocivos é o metano.
Em 1997 entrou em vigor o Protocolo de Kioto. O Brasil está entre os 166 países que tem como objetivo tomar medidas para reduzir a emissão dos gases nocivos a atmosfera. Os países industrializados são os maiores responsáveis pela emissão desses gases, entretanto os Estados Unidos, que é responsável por 36% da emissão desses gases venenosos se recusaram a assinar o protocolo.Mas, afinal, quais as maiores conseqüências do aquecimento global? Ele é responsável pelo aumento da desertificação, pela maior intensidade dos furacões, que nos últimos 35 anos vem atingindo os mais altos níveis, entre 4 e 5, o derretimento das geleiras e a elevação do nível do mar, entre outros dissabores.