quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Um conto - O sequestro da caneca...

Elas eram mãe e filha. Josefina e Dália respectivamente. Se davam muito bem, desde que não precisassem permanecer no mesmo ambiente. O fato é que precisavam! A filha era solteira e morava com os pais.
Um determinado dia, Dália resolveu comprar um jogo de copos plásticos cor de laranja. Ela achou os copos lindos e pensou: “Isso vai ficar chique lá em casa!”
Na primeira semana, todos usaram os copos e nada falaram. Até que, dona Josefina disse para a filha que não gostava de copos de plástico. Dália não deu muita importância para o que a mãe disse, afinal quem havia pago pelos copos fora ela. E, além disso, a mãe da menina tinha uma caneca que adorava. Ela só tomava café ou chá, naquela caneca. Então, segundo o ponto de vista da menina, a mãe tinha a obrigação de compreender a permanência dos copos na cozinha. Cada um tem o direito de ter suas preferências.
Mas, a medida que os dias iam passando, os copos foram sumindo, um a um. E Dália percebeu que a sua mãe estava sumindo com os copos. Uns ela levava para o trabalho para as amigas tomarem café, outros ela perdia e assim ia. A intenção era dizimar os copos da filha. A menina ficou inconformada com a situação e foi falar com a mãe. Mas a senhora se fez de desentendida, como sempre costumava agir em casos como esse. Foi aí que nasceu a tal ideia: Dália ia pegar aquela caneca e esconder, para que a mãe sentisse como é chato não ter o próprio espaço respeitado pelos demais. E assim, foi feito!
Assim que a mãe percebeu que a caneca não estava mais lá, perguntou:
- Cadê a minha caneca?
- Ah, mãe, não sei não!
- Como não sabe? Cadê a minha caneca? - A mãe da menina começou uma investigação, para saber se outros integrantes da família conhecia o destino da caneca. Foi perguntar até para os outros filhos que já eram casados se por acaso sabiam da caneca. Até que Dália resolveu ir conversar com a mãe:
- Então, mãe... Cadê os meus copos? Talvez, se os meus copos aparecerem, sua caneca também apareça!
- Ah... então foi você? Que coisa feia... Eu quero minha caneca!
- E eu quero os meus copos!
- Com quem você aprendeu a ser assim, hein! Que absurdo! Sumir com minha caneca! - E assim, dona Josefina, tentando recuperar sua caneca, foi na loja e comprou outro jogo de copo de plástico laranja. Mas, infelizmente não eram iguais...
Dália não queria outros copos, e pensou em jogar a caneca no lixo, mas teve pena da mãe. A caneca ficou em seu poder por uma semana e depois ela a devolveu a mãe. A moça pensou: “De repente a mãe tenha aprendido a lição!” Ou talvez não... Quem sabe? Afinal, o ditado popular diz que de cabeça de gente e bunda de neném pode sair qualquer coisa, né!

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