domingo, 5 de abril de 2009

Exercendo a cidadania?

Ouve-se falar em cidadania constantemente. Mas, o que vem a ser cidadania? A sua definição mais acertada é: O pleno direito e dever de cada cidadão. Entretanto, é isto que acontece no Brasil? Será que cada indivíduo luta para ver seus direitos respeitados e, mais do que isso, cumpre os próprios deveres de cidadão? Esse texto tem a pretensão de convidar a todos a reflexão.
A constituição, instituída em 1988, foi o marco para a consciência definitiva de que sem cidadania não é possível construir uma nação. No entanto, o entusiasmo daquele instante fez nascer a expectativa de que após a elaboração destas novas leis e a posterior liberdade para escolher os governantes do país, tudo se transformaria rapidamente.
No entanto, mesmo não havendo mais ditaduras censurando pensamentos, crenças e ideologias, com o passar do tempo, algumas dificuldades foram ficando mais latentes na recente democracia. E assim, as desigualdades sociais, culturais e econômicas se tornaram fatores que clamam por solução.
E, em consequência do desgaste dos mecanismos utilizados pelo sistema democrático, por causa do comportamento de muitos políticos, da corrupção no congresso nacional e de algumas decisões equivocadas, que são tomadas pelas assembleias estaduais e municipais, criou-se uma desconfiança entre cidadãos e estado sobre a plena utilidade desse agente da democracia. O que toda essa situação evidencia, é que a liberdade e a participação não resolvem os problemas sociais existentes, quando mal utilizadas.
Talvez uma cidadania plena que combine liberdade e igualdade para todos seja uma utopia, mas é imprescindível que cada pessoa acredite neste ideal para que se torne possível atingir um melhor resultado, analisando e comparando ao que já foi alcançado. Deveria ser direito de todos, assegurado pelo estado, o acesso a saúde, a segurança, a educação decente (analfabetismo funcional chega a ser crime, pois a pessoa não sabe e pensa que sabe. E, dessa forma, o Brasil está formando uma geração de profissionais despreparados), entre outros.

Os direitos que a cidadania proporciona:
Cidadania é garantir que cada ser humano possa usufruir de forma eficiente dos direitos civis, políticos e sociais a que tem direito, sem os quais não há como um indivíduo se considerar como um cidadão pleno.
Direito civis: O direito a vida, a propriedade, a igualdade perante a lei, a liberdade de ir e vir, de expressão, de escolher o trabalho, de manifestar o pensamento e de ter a sua privacidade e segurança preservada. É a partir destes itens que as relações civilizadas entre as pessoas são mantidas.
Direitos políticos: É o direito do voto, com parlamento livre e representativo. Com candidatos que tenham caráter bom e uma vida pública de reputação ilibada e sem manchas. O constituinte precisa estar mais preparado e politizado para exercer o direito do voto. Buscar conhecer melhor as histórias de vida e profissional do seu candidato, para que a sua escolha seja a melhor para sua região e país. E os partidos, por sua vez, por representar a legitimidade de um sistema político, precisa agir com decoro e responsabilidade.
Direitos sociais: Deve garantir a participação da população na riqueza coletiva, educação, emprego com remuneração justa, boa moradia, transporte, saúde e aposentadoria. É pouco provável que bolsas famílias e outras medidas do gênero vá dar dignidade e cidadania às pessoas. O mais apropriado seria dar, a quem hoje recebe bolsas assistenciais com valores irrisórios e vive à margem da sociedade, o incentivo do governo. Como? Através de cursos profissionalizantes, apoio a criação de cooperativas, entre outras iniciativas. Diz o dito popular: “É mais sábio ensinar a pescar que dá o peixe. Quem aprende a pescar, não precisa voltar a pedir”.

Infelizmente, é nítido que, em muitos casos, esses direitos não saem do papel e dificultam ainda mais o pleno exercício da cidadania. A redução do poder do estado afeta a natureza dos antigos direitos, sobretudo dos direitos políticos e sociais.

A cidadania e o estado
Uma das faces da cidadania é o relacionamento do indivíduo com o estado e a oportunidade de se fazer ouvido e respeitado por ele. Quando essa relação é enfraquecida, começam a surgir problemas como: O aumento da violência, o analfabetismo funcional, entre outras conseqüências. As pessoas vão se interessando cada vez menos por política, se tornem mais superficiais e acabam se transformando em consumidores desenfreados.
Em decorrência de tudo isso, houve momentos na história do país, em que a necessidade de encontrar um messias político, fez com que se elegessem candidatos com traços heróicos e que, por isso, alguns nem conseguiram terminar seus mandatos, por não terem uma relação saudável com o parlamento constituído. É possível observar que apesar do menosprezo que muitos têm em relação aos políticos, há os que trocam votos, na esperança de conseguir benefícios pessoais.

Benesses da cidadania
Entretanto, apesar de todas as contradições e contrariedades, o exercício da cidadania mostra que apesar dos desvios e erros que foram e são cometidos, por ambos os lados (cidadãos e governo), não existe outro caminho a não ser o de participar ativamente nas discussões, debates e nos problemas nacionais.
É importante ter consciência de que só discutindo, divergindo e colocando as opiniões em cheque é que será possível chegar ao pleno direito da cidadania.
E você? Como é o seu comportamento individual diante da sociedade? É um bom cidadão? Aí vão algumas dicas de alguém que também está em constante aprendizado:
· Em muitos momentos cobra-se um comportamento irrepreensível dos políticos, mas como será que está o comportamento de cada um nas pequenas coisas? Não deixe que a corrupção aconteça no seu cotidiano. Exemplo de atitudes que devem ser evitadas: Tentar subornar o agente de trânsito para não pagar aquela multa que você merece, cortar filas, não devolver o troco que veio a mais, fazer intriga com o intuito de prejudicar a imagem de outro alguém, são formas de corrupção que muitas vezes se pratica, e é tão prejudicial quanto as mais visíveis;
· Ensine seus filhos a conservar os livros da escola que o estado concede gratuitamente aos estudantes. Com isso ele estará assegurando o direito de uma outra criança poder estudar no ano seguinte;
· Aconselhe seu filho a nunca atacar ninguém. A não bater, humilhar, ofender gratuitamente os colegas. Ensine seu filho a respeitar os mais velhos e a não confiar em estranhos;
· Não fale mal das outras pessoas. Certa vez, escutei alguém dizer: “Se ouvir um comentário negativo sobre um terceiro: Duvide! Mas se você escutar falar bem, então acredite”. Isso porque é muito mais fácil observar pessoas que difamam umas as outras do que aquelas que elogiam e ressalta o que o outro tem de positivo;
· Pirataria é crime!
· Jogue o lixo no lixo e não nas ruas. Não pense que você é apenas uma pessoa e que sua atitude não fará diferença, pois se cada um raciocinar desta maneira, o mundo se tornará um lixão! Se não houver uma lixeira por perto, guarde o lixo no bolso ou na bolsa até encontrar o lugar correto para joga-lo. Esse material que é jogado nas ruas, acaba entupindo bueiros e causando enchentes. Além de deixar a cidade feia e suja.
· Recicle tudo o que puder. O lixo não existe! (Na verdade, o que quero dizer é que o lixo se acumulando e ocupando espaços cada vez maiores. Isso vai gerando baixa qualidade de vida, poluição e feiúra. O correto seria reciclar 100%, se possível, de todo o produto que é usado, ou seja, de todo o lixo). Na cidade de Nova York, por exemplo, não cabe mais o lixo da população, então o governo ressarci os condados vizinhos, que são menores, para que aceitem o seu lixo. Mas até quando isso será possível?
· Na medida do possível, pague suas dívidas em dia. E para que seja possível, gaste menos do que você ganha! É um exercício possível. Aprender a ter autocontrole e equilíbrio faz toda a diferença;
· Na sua casa, não deixe as luzes acessas, em cômodos vazios;
· Desligue a torneira enquanto você estiver lavando as louças ou escovando os dentes; Prefira varrer a sua calçada, ao invés de lavá-la todos os dias;
· Não venda votos; Não compre voto;
· Professores, não compactuem com o analfabetismo funcional;
· Não monte perfis eletrônico com o intuito de prejudicar ou humilhar ninguém;Olhe para o próximo com amor e não com hostilidade;

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